domingo, 22 de julho de 2012

Torcer longe do Bar não dá certo.

23 de junho de 2012, véspera de São João, 21 horas e 5 minutos, horário de Brasília. Há exatos três minutos a bola estava rolando no estádio Independência. Dentro do avião, com destino à capital de todos os alvirrubros, fazendo conexão em Fortaleza. Eram os preciosos 30 minutinhos para acompanhar o Náutico no difícil duelo contra o Galo. Celular ligado e já conectado no Twitter. Logo na primeira mensagem, já era anunciado o gol do Atlético-MG.

É, tomar gol no comecinho, fora de casa, contra um time embalado, não era bom sinal. Mas eis que 10 minutos depois, um novo tuíte anunciava o gol de empate de Araújo. As postagens seguintes mostravam, um Atlético nervoso e um Náutico jogando bem. Seria mesmo? Convenhamos que acompanhar jogo no Twitter é uma coisa tão cega quanto acompanhar num radinho. Tudo parecia bem, mas aos 33 minutos, um penalte foi inventado para o time da casa e eles pularam na frente de novo. Foi o último lance até desligar o celular. O avião decolou em seguida.

Uma hora e alguns minutos depois, o avião chegava em Recife. Celular ligado imediatamente. Os tuítes mostravam 45 minutos do segundo e o placar de 4x1 para o Atlético.

- Trimmm! Trimmm!
- Alô!
- Júnior! É Roberto. E aí?
- Perdeu. Quatro a um.
- Eita. Jogou muito mal mesmo?
- Rapaz, cheguei agora em Recife. Nem vi o jogo.
- Ah, foi. Pensei que estavas no bar. Hoje não pude ir. Tá bom. Boa noite.

Dormimos acreditando nos 4x1. Não sabíamos que os descontos guardavam mais um gol na conta. O placar final terminou 5x1. Derrota acachapante!

Contra o Galo não deu, mas, no sábado seguinte, o jogo era em casa. Era contra o Fluminense, atual campeão fluminense. Mais um jogo longe do bar do Náutico, mas, desta vez, não seria dentro do avião, seria no "Caldeirão". Hora de matar a saudade. A sensação de voltar a entrar no estádio tão antes frequentado na adolescência era maravilhosa. Aquele clima de jogo na cidade, a chegada da torcida, o encontro com os amigos antes do jogo, ... algo difícil de descrever para aqueles que se acostumaram a torcer por "times de televisão".

Iderlan, antigo alvirrubro de Manaus
No dia do jogo, até o amigo Iderlan estava lá. Logo ele, grande alvirrubro e antigo frequentador dos primórdios do Bar do Náutico, em Manaus. Foram muitos jogos e muitas histórias em Manaus. Jogos até na torcida de times adversários como Grêmio, Flamengo e Botafogo. Agora, morando em Recife, o jogo contra o Fluminense era um ótimo motivo para voltar a "tomar uma(s)", botar o papo em dia e, lógico, ver o timbu novamente no estádio.





Murici Ramalho tomando uma fora do Estádio
Do lado de fora do estádio, a galera ia chegando aos montes. Muito bom estar entre alvirrubros novamente. Tudo na maior paz e no maior respeito, até mesmo com paraibanos doutrinados pela Rede Globo e "devotos" do time fluminense, que chegavam meio feito gatos pingados. No espetinho ao nosso lado (quem diria?), Murici Ramalho apareceu para tomar umas cervejas. Ele mesmo! O antigo treinador Timbu, atualmente no Santos. Não. Não era ele. Era o sósia, mas um sósia que era praticamente idêntico.


Torcida alvirrubra enchendo o Caldeirão
Dentro do estádio, a torcida alvirrubra comparecia em peso, como sempre. Estádio cheinho. A torcida estava animada e o time começou jogando bem. Uma chance perdida. Depois outra e mais outra. O time dominava o campeão fluminense, criava chance e parava no goleiro Cavalieri. Dava para imaginar que o castigo viria em seguida. Aconteceu. De tanto perder gols, o adversário conseguiu uma faltinha e nela foi mortal. Deco cruzou e Samuel fez um a zero Flu. Aquela velha lição: contra time grande, se criar chance, tem que aproveitar, porque ele, quando tem, não perdoa. Depois gol do adversário, o panorama da partida permaneceu o mesmo. Náutico perdendo gols e Fluminense controlando o jogo.

O segundo tempo começou da mesma forma. O Náutico abusava de perder gols. A paciência começava a ir embora e o nervosismo passava aos jogadores. O time começou a se desmantelar taticamente e Fluminense já começava a ser mais ofensivo. Resultado: outro gol do Flu. 2x0 foi o placar final, justo, pela eficiência deles e incompetência ofensiva do Náutico.

Foram dois jogos fora do Bar do Náutico. Duas derrotas. Contraste imenso com os dois últimos jogos no Bar, que terminaram com duas vitórias seguidas. Esse negócio de ver jogo em outro local da azar. Lugar de alvirrubro, em Manaus, é no Bar do Náutico.