domingo, 25 de setembro de 2011

Voltamos a perder fora, agora para o Paraná

Sexta-feira, 23 de setembro, 19h30. Horário de happy hour e comecinho de fim-de-semana. Tudo perfeito para um Bar do Náutico lotado para mais um jogo do timbu.

- Saudações alvirrubras.
- O time já está em campo. Vamos para guerra.
- Garçon, a mais gelada!
- Duas!
- Começou!
- Bora, Derley! Que passe foi esse?
- Horrível!
- Boa noite! Mesmo time hoje?
- Não. Só Jeff fora.
- Machucado?
- Terceiro amarelo.
- Ei, vai deixar chutar?
- Tá longe. Tá tranqui... putz!
- Gol do Paraná!
- Que frango!
- Primeiro frango de Gideão no Náutico.
- Porra, foi muito de longe.
- Quicou antes, com campo molhado, aí matou.
- 1 a 0, com 7 minutos. Isso mata qualquer esquema.
- Bora jogar!
- É muito passe errado.
- Rogério tocou na bola já? O time está muito lento.
- De novo. Vai deixar chutar?
- Ó praí! Gideão defendeu. O zagueiro foi recuando. Só faltou dizer "chuta".
- Esse time do Paraná está chutando todas.
- Agora é falta.
- Nããão. Gol do Paraná
- Impedido! Anulou! Anulou!
- Vamos ver o replay.
- É, anulou certo. Mesmo assim a zaga falhou de novo.
- Bora jogar, Náutico!
- Agora. Toca!
- Isso, Elicarlos. Chuta!
- Que cafofa!
- Tá bom, pelo menos chutou. Se não chutar não faz.
- Agora. Falta. Boa chance.
- É falta lateral. Tem que saber cruzar.
- Ó, que merda!
- Para tua mãe, Eduardo Ramos!
- Não sabe cruzar. Bate esse balão. Assim não tem nem perigo!
- Outra falta. Quem cruza agora?
- Eduardo Ramos de novo.
- Agora vai... vai ... vai te f%#*$, p#%&*!
- Não bate uma falta direito.
- Tá mal demais. Tem que acabar logo esse primeiro tempo.
- 44 minutos já. 3 de acréscimo.
- Beleza. Faltam 4 minutos para o Náutico entrar em campo.

Acabou o primeiro tempo. O Náutico não existiu. O Paraná, apesar de fraco tecnicamente, foi dono absoluto do jogo e vitória parcial, mais do que merecida. O Náutico, lento, não conseguiu fazer jogadas. Os atacantes ficaram isoladas em emio a um festival de passes errados.

- A culpa é do tira-gosto. Não botou o tira-gosto deu azar.
- Garçon! Aquele tira-gosto, por favor, para vir a virada.
- Olha as estatísticas na tela: 5 finalizações do Paraná e 0 do Náutico.
- Zero!?
- Tá errado. Teve um chute de Elicarlos.
- Mesmo assim. Isso mostra que o time não jogou.
- Agora vai começar o segundo tempo. Vamos jogar. Vamos jogar.
- Começou.
- Parece que já voltou mais acesso.
- Mas continua errando passe.
- Toca essa bola direito!
- Tem ninguém no banco para entrar não?
- Nem me fale deste banco, que dá até pena.
- Outro passe errado.
- Lá vem contra-ataque.
- Vai deixar passar, vai?
- Derruba!
- Gideão, salvou.
- Agora ele se redimiu do frango.
- Mas o cara veio desde o meio- de campo e ninguém parou o cara.
- Hoje está difícil, viu!?
- O praí!
- Caramba, gol do Paraná.
- Estava impedido não?
- Tava não. Olha o replay aí.
- Vai entrar alguém.
- Putz! Diego Bispo no lugar de Airton.
- Waldemar está querendo perder de pouco.
- O Náutico está muito mal. Esse Paraná é tão fraco que não sabe aproveitar.
- Lá vem Alexandro!
- Não. Vou embora. Esse desgraçado não faz nada em campo.
- Vai dar meia-noite e o Náutico não vai fazer gol hoje.
- Vai é levar mais um. Olha aí!
- Vixe. Por pouco!
- Acaba logo juíz.
- Acabou, essa merda.
- A culpa foi de Adley. Trouxe a bandeira e não pendurou. Deu azar!
- Terça eu coloco.
- Terça tem que ganhar.
- Agora tem dois em casa. É terça e sexta da próxima semana.
- Temos que terminar essas duas próximas rodadas com 50 pontos, se não complica.

Terminou o sofrimento: 2 x 0 para eles. Segunda derrota seguida fora de casa. Pior jogo do Náutico no segundo turno. Esperamos que tenha sido apenas um acidente de percurso, pois o time já mostrou que joga mais do isso. Terminamos a rodada em terceiro, mas é preciso abrir o olho porque o campeonato vai entrando na reta final e cada jogo agora vai ser cada vez mais difícil. Reage, Timbu!

domingo, 18 de setembro de 2011

Vencemos o Salgueiro, mas foi suado

Sábado de sol, muito sol mesmo em Manaus. Eram 17 de setembro do ano de 2011 e mais um dia de transmissão de jogo do Náutico no Bar do Náutico.

- E aí, pessoal? Hoje é quanto?
- 4 x 0.
- Vão pensando que vai ser fácil. Hoje estou achando que vamos sofrer um bocado, mas ganharemos.
- Por que, pô?
- Futebol e assim. A partir de agora duvido que teremos jogo fácil. Pode ser contra o líder ou contra o lanterna. Para mim é 2 x 1.
- Nada. É 4 x 0.
- Começou!

A galera estava confiante, mas já tinha gente desconfiada. Quando o jogo começou, a previsão de dificuldade se confirmou.

- O Náutico começou com freio de mão puxado.
- Tá achando que vai ganhar o jogo a qualquer momento.
- Esse Ricardinho do Salgueiro é perigoso.
- Olha ele aí, levando falta.
- Bora, Náutico! Joga bola.
- Vai, Rogério! É tu e o goleiro!
- Carambaaaa! Para fora!
- Como perde um gol desse?
- Faltaaaaa!
- Foi falta, mesmo?
- Se o juíz deu pro Náutico então foi.
- Deixa Elicarlos chutar.
- Vai, Derley!
- Roloooou.
- Goollll!
- Que defesa!
- Eu vi essa bola no gol.
- Foi Elicarlos que chutou.
- Olha o Salgueiro.
- Caramba! No travessão!
- Gideão estava na bola.
- Tem que ter cuidado. O time não está tão bem e se deixar levar um gol, o Salgueiro vai se fechar mais ainda.
- Elton machucou. Vai entra Phillip.
- Vai, Philip! Falta um minuto, dá tempo de sair ganhando primeiro tempo.
- Terminou.
- Tem que jogar mais se quiser ganhar.

O primeiro tempo foi tenso. Salgueiro fazendo cera e Náutico com pouca pressão. O segundo tempo tinha que ser diferente. E foi diferente.

- Recomeçou!
- Bora, timbu!
- Perdeu. Aperta, Rogério!
- Isso! Ganhou a bola. Vai para cima que é penalte.
- Passou! Agoraaaaa!
- Não.
- Bateu na zaga.
- Olha aí. Menos de um minuto e quase gol.
- Escanteio.
- Bora, Náutico.
- Sobrou. Chuta, Evérton.
- De novo!
- Ahhhh! Quase.
- É pressão!
- Não é possível. Será que hoje a bola não entra?
- O tempo está passando.
- É falta. Neno vai levantar na área.
- Vai, Kiesa!
- Golllll!
- Na trave!
- O goleiro desviou a cabeçada no susto e bateu na trave.
- É escanteio então.
- Bora, vai ser gol de Ronaldo Alves.
- Bate direito, Neno!
- Agoraaaa! Defendeu.
- De novo!
- Não. Defendeu duas vezes.
- A segunda defesa foi sem querer. Bateu na cabeça do goleiro.
- Velho, que pressão!
- Já são 25 minutos já. E o gol não sai.
- Agoraaaa!
- Goooollll!
- É goooollll. Porra!
- Goolllllllll!
- Gooooollll!
- Pegaaaa!!!
- Finalmente! Que alívio!
- Já vai entrar Diego Bispo.
- Agora Waldemar não vai querer mais arriscar.

O gol saiu as 26 minutos. Depois do gol, o Náutico não deu chance para o azar. Reforçou a  marcação e passou a segurar o resultado, só saindo nos contra-ataques. O Salgueiro buscou o ataque, mas a defesa estava segura como sempre. O jogo acabou e a torcida comemorou no bar.

Como dito no começo, o jogo foi mais difícil do que parecia ser. Será assim até o fim do campeonato e olhe que faltam ainda 14 partidas.

Bragantino venceu, mas foi suspeito

Na terça-feira, 13 de setembro, compromissos me impediram de comparecer ao Bar para assistir Bragantino 2 x 1 Náutico e, por isso, pouco tenho a comentar.

Do que pode ser dito deste jogo, destaco três fatos:

1) O gol sofrido pela Náutico aos 46 segundos de jogo => Isso quebrou todo o esquema do time, que vinha conseguindo bons resultados fora de casa sempre jogando no erro do adversário.

2) Em seguida, o segundo gol do Bragantino em completo impedimento => No dia seguinte, a imprensa noticia que a bandeirinha era irmã de um zagueiro do adversário. Pisada de bola da CBF, que deixou sem credibilidade toda a arbitragem.

3) A falta de criatividade do Náutico para furar retrancas => O adversário teve um jogador expulso no final do primeiro tempo. O Náutico jogou todo o segundo tempo no campo do adversário, mas pouco ameaçou. Perto do fim, ainda diminuiu o placar, numa falha do goleiro adversário. Foi pouco.

Derrotado após um mês de invencibilidade, resta levantar a cabeça e voltar a vencer na próxima rodada.

Passamos pelo Criciúma

O dia 10 de setembro de 2011 foi histórico no Bar do Náutico: o dia que em o hino do Náutico começou a rolar solto no Amazonas:

- Cheguei, João!
- Chegou cedo, hein?
- Claro. Como prometido, cheguei cedo com o CD do Náutico. Bota aí o hino para tocar!
- É pra já!
- Mas antes coloca um copo e a mais gelada no frezzer.
- Ih! O rádio está cuspindo o CD.
- Não brinca. Tenta de novo.
- Agora foi.

E começamos a ouvir "Come-Dorme" enquanto aguardávamos o jogo contra o Criciúma. Em seguida, chegou Fernando.

- Eita, agora estou me sentindo nos Aflitos.
- Tem mais de 15 músicas neste CD.
- E esse hino não tem letra não?
- Come-Dorme e só instrumental, João, mas as outras tem. Bota na número 5.
- Tá.

"Da união de duas cores mágicas, nasceu a força e raaaaaça..."

- Agora sim!

"O nosso bloco é mesmo enfezado. É o Timbu, é o Timbu Coroado...."

- Eita, porra! Curti muito isso na infância.
- João, desliga o som que vai começar o jogo!

E o jogo começou. Era o timbu tentando vencer o Criciúma para assumir a vice-liderança. O adversário, logo no começo, não ficou atrás e tentou jogar agredindo o Náutico. O jogo estava equilibrado e nosso time parecia meio preguiçoso.

- O Náutico está meio devagar hoje. Errando muito passe.
- O jogo está duro.

Aos poucos, o Timba foi colocando ordem no jogo e saindo da letargia. O Criciúma já não ameaça mais e começava apenas a se defender. O gol não saia e parecia que o primeiro tempo ficaria no zero-a-zero, até que Kiesa entrou em ação. Falta cobrada da esquerda por Peter e o matador desviou de cabeça, de costas para o gol.

-Goooooolllllll

Explosão no Bar do Náutico. Era o 13º gol de Kiesa, agora empatando na artilharia do campeonato. E foi este gol que encerrou o primeiro tempo.

- Atenção! O Náutico está ganhando. Nada de telefonar para rubro-negro, nem para outros alvirrubros que sabemos que dá azar.
- Pois é! Todos proibidos.

A galera estava vacinada. Jogo do Náutico só se comemora vitória quando o jogo termina. Das últimas que alguém resolveu telefonar ou atender ligação para comemorar deu azar. O segundo tempo começou e o Timbu adotou a postura de esperar e sair nos contra-ataques. O Criciúma adiantou o time e começou a ter mais posse de bola. A defesa estava sólida e, mesmo com mais domínio territorial, o adversário não levava tanto perigo. O Náutico só queria robar uma bola para matar o jogo:

- Contra-ataque!
- Toca! Toca!
- Toca para Peter!
- Isso!
- Vai Jeff! Chuta!
- Cruzou!
- Golllll!
- É goooollll!
- Gooooollllll!
- De quem foi?
- Foi de Peter!
- Foi de Peter para Jeff, de Jeff para Peter!
- De lateral para lateral!
- 2 x 0! É isso aí!
- Agora é só "cozinhar" o jogo.

2 x 0. Vitória praticamente garantida.

- Alô! Esse é o timba!
- Ei, pô! Não telefona não!
- Estou falando com um alvirrubro que está nos Aflitos!
- Pelo menos está ligando aos 45 minutos o segundo tempo.

Um minuto depois:

- Gol do Criciúma.
- Está vendo. Foi culpa de Gerônimo.
- Acabooooouuu!
- Mais uma vitória!

2 x 1. Pela primeira vez no campeonato, o timbu chega a vice-liderança. Um jogo a menos na caminhada para a Série A.

- Desce outra, Garçon.

sábado, 3 de setembro de 2011

Timbu arretado: 2 x 1 para cima do Goiás

Setembro começou do mesmo jeito que os demais meses. Com o timbuzinho nas cabeças. Era sexta-feira, dia 02 de setembro de 2011, a torcida foi chegando ao bar desconfiada depois do último "tropeço". Pois é, na fase atual do Náutico, empate é considerado tropeço.

- Contra o Goiás, fora, é jogo duro.
- Hoje um empate é um grande resultado.
- Só não pode expulsar ninguém do Goiás. kkkkkk!
- E essa história de crise?
- Rapaz, a imprensa está inventando problema onde não tem.
- Né, mesmo? Por causa de um empate e uma discussãozinha com um torcedor, já estão falando de crise.
- Bora pro jogo!

Se a torcida estava desconfiada, o time entrou em campo disposto a mostrar que crise passa bem longe. O Náutico mostrou uma tranquilidade impressionante. Tanta tranquilidade que chegava a irritar a própria torcida. O time marcava forte no começo do jogo e só saía na boa. E quando saia valorizava bastante a posse de bola, chegando ao ponto de levar a bola ao ataque e voltar para os zagueiros, dos zagueiros para os laterais, destes para os volantes, pros atacantes e recuar de novo.

- Bora para cima, caçamba!
- O Náutico parece que não quer ganhar.
- Mas tem que ver que não tá levando pressão.
- É mas parece que quer empatar de novo.
- Agora vai! Bora, Rogério. Cruza! Cruza!
- Está todo mundo marcado.
- Recuou para Jeff.
- Porra! Recuou pra Ronaldo Alves.
- Só falta recuar pro goleiro agora!
- Impressionante! Da linha de fundo, no ataque, voltamos a bola até a defesa.
- Olha a a falha..... Gideãããoooo.
- Isso que é um goleiro.
- Ele nem está tocando na bola, mas quando precisou, está lá ele, fazendo um defesaça.
- Agora é contra-ataque.
- Vai Kiesa!
- Para Elton! Faz! Faz!
- Como perde um gol desse!
- Quaseee!

E acabou o primeiro tempo. Vaias da torcida goiana para a atuação do Goiás.

- Ei, chegou o projetor novo. Posso colocar o telão?
- Pode, claro!
- Agora vai. O problema do Náutico é a televisão.
- É mesmo. Esse telão da sorte.
- Olha só a imagem. Esse telão é melhor que o outro.
- É porque é novo. Está estreando hoje.
- Agora a gente não perde mais.

Com telão novo no bar, o segundo tempo recomeçou como o primeiro. Muita marcação do Náutico, muita posse de bola e irritação da torcida do Goiás com seu time. Como não poderia deixar de ser, o time foi para cima do Náutico. Até os 10 minutos tomamos dois sustos:

- Marca, Jeff!
- Ó praí, foi driblado.
- Nãããoooo.
- Cabeçada passou perto.
- Eu vi essa bola dentro.
- Outro ataque deles agora.
- Cortaaaaaa!
- Deu penalte.
- Ferrou!
- Deu não, deu tiro de meta.
- Eu vi ele apontando para área, jurava que era penalte.

De fato, o Goiás resolveu ir com tudo, deixando espaços na defesa. Era exatamente o que o Náutico queria:

- Agora.
- Tudo aberto! Tudo aberto!
- Cinco contra três.
- Vai, Peter. Chuta. Chuta.
- Goooolllll!
- Goooolllll!
- Goooolllll Kiesaaaaaaa!
- Quem não faz leva.
- Agora vai ser ferrolho na defesa.
- Vamos ganhar este negócio!

A estratégia do Náutico saiu conforme planejado. Atraiu o Goiás e matou o jogo no contra-ataque. Jogo de xadrez, jogo de paciência.

- Roubou Eduardo Ramos!
- Está sozinho! Está sozinho!
- Faz! Faz!
- Goooolllll!
- Pegaaaaaal!
- Goooollll!
- Olha o replay. Que pique arretado!
- Corre atrás dele, Marcinho! kkkkkkkkk!
- Hoje é dia!

Dois a zero no placar e meio tempo ainda por jogar. A história do jogo contra a Ponte, desta vez, não se repetiu. O time estava com a defesa sólida demais. As entradas de Bispo, Elton e Lenon não comprometeram em nada o time. Até o fim de jogo, foi só manter a posse de bola e marcar forte na defesa. Mas só para dar um pouco de emoção, no fimzinho do jogo:

- 46 minutos!
- Só faltam 2!
- Acaba juíz.
- Ih! Gol do Goiás.
- Não é possível. Sempre tem que tomar um golzinho, né?
- Agora, 48!
- Acabooooouu!!
- Eneeeeee!
- AAAA! UUU! TÊ! I! CÊ! Ó!
- ENE-A! U! TÊ! I! CÊ! Ó!
- ENE-A! U! TÊ! I! CÊ! Ó!
- NÁUTICO! NÁUTICO! NÁUTICO!

Que vitória! Era o que o time precisava para devolver a confiança à torcida. Sexta-feira, começo de feriado, vitória fora de casa:

- Garçon! Desce a gradeeeee!
- E bota o hino do Náutico também!
- Só não tem o hino!
- Tem não? Então vamos resolver isso no próximo jogo. Aguarde!
- É sábado contra o Criciúma.
- Tem muito tempo ainda. Vamos beber em homenagem ao timbu!

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Náutico "derrotado" pela Lusa por 0 x 0

Terça-feira, 30 de agosto. O jogo mais esperado da rodada. O timbu invicto em casa e na terceira posição contra a líder do campeonato, a Portuguesa.

- Olá, boa noite.
- Ué, cadê o telão?
- Queimou. Está no conserto.
- Então vamos na TV mesmo.
- E como vamos! Hoje é clássico meu velho.
- Vamos devolver os 4 x 0.
- Só quero meio a zero.
- Começou!
- Garçon, mais um copo e mais uma cerveja.
- Faltaaaaa!
- Bora, Eduardo Ramos! Faz igual a sábado, manda no ângulo!
- Huuuu!
- Passou perto.
- A torcida do outro lado gritou até gol.
- Olha a bobeira. Agora é falta para eles.
- Marco Antônio é sempre perigoso de falta.
- Tira, goleiro! Tira, goleiro!
- Ui. Na trave!
- Quase, hein?
- Rapaz, esse time da Portuguesa é bom.
- É mesmo e marca em cima. É jogo duro.

O tempo vai passando e o jogo, que começou a mil, começou a mudar. Os dois times diminuíram o ritmo, a Portuguesa recuou e a bola passou a ser só do Náutico. Domínio total, mas difculdade para criar jogadas.

- Tem que tocar melhor essa bola. O time deles está fechadinho.
- Peter tá livre. Vira! Vira!
- Toca logo!
- Que drible!
- Cruza direito.
- Agoraaaa!
- Uhhuuuuu. Que defesa do goleiro, com os pés.
- Foi Eduardo Ramos que cabeceou.
- Eu jurava que essa bola, ele não alcançaria.
- É pressão. É pressão!
- Caramba, zagueiro! Que passe bosta.
- Olha o contra-ataque.
- Deu em nada.
- Tem que ter calma. A bola parece que está queimando.
- Pois é. O time deles está todo atrás, mas quando toma a bola vem sempre com perigo.
- E o Náutico fica errando esses passes de graça no meio.
- Olha aí, falta para eles de novo.
- Tirou a zaga.
- Bora, Kiesa! Bora!
- Faltaaaaaa!
- Tem cartão!
- Vermelhooooo!
- Está expulso, meu velho!
- Agora vai!
- Expulsou o técnico agora.
- O técnico não, foi outro jogador!
- Foi?
- Marcelo Cordeiro! Expulsou dois mesmo.
- Meu irmão, agora vai!
- Vamos ganhar esse negócio.
- Agora ataque contra defesa.
- Bora! Bora!
- Acabou o primeiro tempo.
- Agora é voltar pro segundo tempo, com calma.
- É, tem que tirar um volante e ir para cima.
- É 5 x 0 hoje!

Era o Náutico com a faca, o queijo, o revolver e tudo mais na mão. Estávamos todos na espera do segundo tempo. Naquele momento, ninguém mais pensava em outro resultado que não a vitória. Mas como sempre, nada parece ser fácil para o Náutico. E o segundo tempo virou um verdadeiro ataque contra defesa, ou melhor, ataque incompetente contra defesa.

- Ó praí. 10 minutos já. Tem que ter calma!
- Entra Philip no lugar de Derley.
- Está certo. Tem que ir pro ataque e Derley tem cartão. o Juíz está doido para expulsar um e compensar.
- Está dando raiva já!
- Outro passe errado. Não acredito no que estou vendo.

E o bar se transfomou em um show de palavrões. A cada passe errado, a cada chute bizonho, a cada cruzamento para fora, a paciência já se esgotava.

- Toca essa bola, caçamba!
- Para tua mãe, pô!
- Meu amigo, que vergonha! Era melhor quando tava 11 contra 11.
- Agora, chuta Philip!
- NO TRAVESSÃO!
- Não acredito.
- Agora vai Joelson no lugar de Peter.
- Está certo por tirar um lateral, mas era para tirar Jeff!
- Peter estava até bem.
- Olha, agora. Acerta o cruzamento nojento!
- Meu amigo, o que é isso!?
- Oi, pessoal! Cheguei. 0 x 0 ainda?
- Isso é hora, Edmilson? Rapaz, o Náutico está com 2 a mais desde o final do primeiro tempo e não consegue fazer esse gol.
- Dois a mais?! Já são 30 do segundo tempo.
- Agora vai sair Jeff, finalmente, para entrar Airton.

 E o tempo passando... passando... passando...

-  37 já.
- Agora. Bolão!
- Faz Kiesaaaaaa!
- Pegou o goleiro.
- Cara-a-cara! Que time largo essa Portuguesa.
- Hoje não é dia. Não é possível.
- ...
- ...
- ...
- O juíz anunciou só 2 minutos, mesmo com essa cera toda feita pela Portuguesa.
- Bora, dá tempo. Dá tempo.
- Falta!
- É o ultimo lance do jogo.
- Nas mãos do goleiro.
- Acabou!

E choveram vaias no Aflitos. Nós, no bar, não tínhamos mais palavras. Nem mesmo para xingar. Um 0 x 0 que mais parecia uma derrota, que, na verdade, pelas circunstância, foi uma derrota. Saímos derrotados por 0 x 0. Prejuízo pro dono do bar: sem ter o que comemorar, a galera pediu a conta mais cedo. Bola para frente!