quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Náutico "derrotado" pela Lusa por 0 x 0

Terça-feira, 30 de agosto. O jogo mais esperado da rodada. O timbu invicto em casa e na terceira posição contra a líder do campeonato, a Portuguesa.

- Olá, boa noite.
- Ué, cadê o telão?
- Queimou. Está no conserto.
- Então vamos na TV mesmo.
- E como vamos! Hoje é clássico meu velho.
- Vamos devolver os 4 x 0.
- Só quero meio a zero.
- Começou!
- Garçon, mais um copo e mais uma cerveja.
- Faltaaaaa!
- Bora, Eduardo Ramos! Faz igual a sábado, manda no ângulo!
- Huuuu!
- Passou perto.
- A torcida do outro lado gritou até gol.
- Olha a bobeira. Agora é falta para eles.
- Marco Antônio é sempre perigoso de falta.
- Tira, goleiro! Tira, goleiro!
- Ui. Na trave!
- Quase, hein?
- Rapaz, esse time da Portuguesa é bom.
- É mesmo e marca em cima. É jogo duro.

O tempo vai passando e o jogo, que começou a mil, começou a mudar. Os dois times diminuíram o ritmo, a Portuguesa recuou e a bola passou a ser só do Náutico. Domínio total, mas difculdade para criar jogadas.

- Tem que tocar melhor essa bola. O time deles está fechadinho.
- Peter tá livre. Vira! Vira!
- Toca logo!
- Que drible!
- Cruza direito.
- Agoraaaa!
- Uhhuuuuu. Que defesa do goleiro, com os pés.
- Foi Eduardo Ramos que cabeceou.
- Eu jurava que essa bola, ele não alcançaria.
- É pressão. É pressão!
- Caramba, zagueiro! Que passe bosta.
- Olha o contra-ataque.
- Deu em nada.
- Tem que ter calma. A bola parece que está queimando.
- Pois é. O time deles está todo atrás, mas quando toma a bola vem sempre com perigo.
- E o Náutico fica errando esses passes de graça no meio.
- Olha aí, falta para eles de novo.
- Tirou a zaga.
- Bora, Kiesa! Bora!
- Faltaaaaaa!
- Tem cartão!
- Vermelhooooo!
- Está expulso, meu velho!
- Agora vai!
- Expulsou o técnico agora.
- O técnico não, foi outro jogador!
- Foi?
- Marcelo Cordeiro! Expulsou dois mesmo.
- Meu irmão, agora vai!
- Vamos ganhar esse negócio.
- Agora ataque contra defesa.
- Bora! Bora!
- Acabou o primeiro tempo.
- Agora é voltar pro segundo tempo, com calma.
- É, tem que tirar um volante e ir para cima.
- É 5 x 0 hoje!

Era o Náutico com a faca, o queijo, o revolver e tudo mais na mão. Estávamos todos na espera do segundo tempo. Naquele momento, ninguém mais pensava em outro resultado que não a vitória. Mas como sempre, nada parece ser fácil para o Náutico. E o segundo tempo virou um verdadeiro ataque contra defesa, ou melhor, ataque incompetente contra defesa.

- Ó praí. 10 minutos já. Tem que ter calma!
- Entra Philip no lugar de Derley.
- Está certo. Tem que ir pro ataque e Derley tem cartão. o Juíz está doido para expulsar um e compensar.
- Está dando raiva já!
- Outro passe errado. Não acredito no que estou vendo.

E o bar se transfomou em um show de palavrões. A cada passe errado, a cada chute bizonho, a cada cruzamento para fora, a paciência já se esgotava.

- Toca essa bola, caçamba!
- Para tua mãe, pô!
- Meu amigo, que vergonha! Era melhor quando tava 11 contra 11.
- Agora, chuta Philip!
- NO TRAVESSÃO!
- Não acredito.
- Agora vai Joelson no lugar de Peter.
- Está certo por tirar um lateral, mas era para tirar Jeff!
- Peter estava até bem.
- Olha, agora. Acerta o cruzamento nojento!
- Meu amigo, o que é isso!?
- Oi, pessoal! Cheguei. 0 x 0 ainda?
- Isso é hora, Edmilson? Rapaz, o Náutico está com 2 a mais desde o final do primeiro tempo e não consegue fazer esse gol.
- Dois a mais?! Já são 30 do segundo tempo.
- Agora vai sair Jeff, finalmente, para entrar Airton.

 E o tempo passando... passando... passando...

-  37 já.
- Agora. Bolão!
- Faz Kiesaaaaaa!
- Pegou o goleiro.
- Cara-a-cara! Que time largo essa Portuguesa.
- Hoje não é dia. Não é possível.
- ...
- ...
- ...
- O juíz anunciou só 2 minutos, mesmo com essa cera toda feita pela Portuguesa.
- Bora, dá tempo. Dá tempo.
- Falta!
- É o ultimo lance do jogo.
- Nas mãos do goleiro.
- Acabou!

E choveram vaias no Aflitos. Nós, no bar, não tínhamos mais palavras. Nem mesmo para xingar. Um 0 x 0 que mais parecia uma derrota, que, na verdade, pelas circunstância, foi uma derrota. Saímos derrotados por 0 x 0. Prejuízo pro dono do bar: sem ter o que comemorar, a galera pediu a conta mais cedo. Bola para frente!

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