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Bolo vermelho e branco em alusão aos 111 anos |
- Esse é jogo para voltar a vencer.
- É para vencer bem e começar uma nova fase em busca do título.
Antes do jogo, os comentários da torcida já denunciavam a má fase técnica e tática do time, ao mesmo tempo que demonstravam a confiança no reencontro com as vitórias. Ninguém se importava "tanto" com a derrota no evento de pré-inauguração (1x0 para o Santa Cruz), realizado no domingo anterior. Afinal, o dia era de festa.
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Pré-inauguração do novo Bar do Náutico, no domingo, 1º de abril |
- Olha o gol. Olha o gol de Siloé!
- Para foooora!
- Acerta esse pé!
- Agora, é para fazer!
- Perdeu!
- Quem chutou?
- Eduardo Ramos.
Foram sete minutos de pressão e bom futebol. E só!
Aos oito minutos, gol do Serra Talhada. Stanley, de cabeça, completando a tabelinha de cabeça dentro da pequena área. Depois disso, o que se viu foi um futebol bizarro. Um time perdido, sem criatividade, errando passes de meio metro. Até o fim do primeiro tempo, as boas chances de gol foram todas (pásmem!) do Serra Talhada.
- É rapaz! É com esse time que vamos jogar a Série A?
- Exatamente. E falta só um mês e meio para a estréia.
- Mas o que é isso?
- Gol do Serra Talhada!
- Não acredito! Gol contra de Gideão!
- Não é possível.
E fim do primeiro tempo. No estádio, ecoavam as vaias, e, em Manaus, a torcida já nem acreditava no que via. Ainda esperávamos a virada no segundo tempo, mas, bastaram oito primeiros minutos do segundo tempo para que galera começasse a ficar mais preocupada com o arrumadinho de charque do que com o jogo em si. Todo lance era uma piada
- Boa bola, vai Léo!
- Kakakaka, a bola saiu pela lateral!
- Waldemar vai mudar, vai entrar Phillip!
- Hahahahahaha! Agora é que a gante ganha!
- Esse time do Serra Talhada é ruim demais. Está ganhando só de dois.
E quando nnguém mais esperava...
- Penalte!
- Foi não. Foi na bola.
- Pára com isso. O juiz marcou.
- Para mim foi na bola.
- Não. Foi no pé dele. Penalte claro.
- E agora? O cobrador oficial é Souza, que não está em campo.
- Eduardo Ramos ou Siloé que vai bater?
- Eita. É Marlon. Meu Deus do Céu!
- Goooooollllll!
- É isso aí!
- É goooolll. Vai começar a virada. Tem 15 minutos ainda.
Era o primeiro gol do Náutico depois de quatro jogos sem marcar. Talvez, por isso, era sábado de aleluia. Havia tempo para virada, mas a tão esperada pressão foi inócua. Nenhuma grande defesa do goleiro adversário até que o juíz apitou o fim de jogo. 2x1.
- Estamos mal.
- Hoje foi teu fim Waldemar.
- Depois de hoje tem que cair mesmo. Tem jeito não.
Não foi a festa que torcida queria. Então, por isso, não faltavam motivos para afogar as mágoas. Televisão desligada para esquecer o jogo e outra cerveja gelada na mesa... depois outra... depois outra e mais outras.
- Júnior, bota um frevo aí!
- É pra já!
- Só a nata do frevo!
- Mais um arrumadinho de charque aqui na mesa.
- Ei, vamos cortar o bolo, pessoal!
- Oba, vamos sim! Mas sem parabéns, por favor!
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