segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

Timbu mantém freguesia ao Fla


11 de agosto de 2012. Pela décima sexta rodada do campeonato, o Náutico tinha uma difícil missão. Encarar o Flamengo no interior do Rio.

- E hoje, a vitória é de quanto?
- Hoje vai ser difícil, não pelo time do Flamengo, mais pela tradição e pelo apito-amigo.
- É mesmo, Edmilson. Hoje é a gente contra a CBF, Manaus, a Globo ... Tudo contra.
- Mas a gente vai ganhar de um a zero, lá dentro, se não não me chamo Roberto.
- Pois eu não gosto de perder para rubro-negro nem de outro estado.
- Sei não. Se tem um time que o Náutico é freguês é esse tal de Flamengo. Pense num urubu chato arretado.
- Senta aí que já vai começar. Abre mais uma cerveja, Eduardo!

O jogo era em Volta Redonda. O Náutico jogava de branco e sem tremer diante da camisa flamenguista.

- O time está jogando bem. Vamos fazer um gol já já.
- É isso aí, Gustavo. Só falta acertar o passe.
- É agora. Nãããããoooo.
- Não pode perder gol assim.

O Timbu jogava bem nos contra-ataques, mas o Flamengo era mais perigoso. A defesa rebatia os ataques e fazia ligação direta para velocidade dos nossos atacantes. Mas contra time grande não pode vacilar. Em um lance de lateral, a bola foi lançada para Vagner Love. Ronaldo Alves foi mole no lance e caiu pedindo falta que não houve. Love invadiu a área e adiantou a bola. Foi a vez de Marlon também ir mole na jogava e perder a dividida. Love não perdoou. Gol do Flamengo.

- Que moleza da gota!
- Pé de moça de Marlon. Joga feito homem, caramba!
- Foi falta em Ronaldo, não?
- Foi nada! Ele que perdeu no corpo.
- E tava jogando tão bem. Tinha que a zaga entregar.

Depois do gol, a coisa piorou. O Flamengo cresceu e a torcida acordou. Aumentava a pressão.

- Gideãããããããooooooo!
- Que defesa da pleura!
- Está vendo, Ádley. A gente tem goleiro.
- Eu sempre disse isso.

Gideão ia salvando o timbu, mas no finalzinho do primeiro. A zaga entrega de novo.

- O Flamengo está marcando a saída de bola em cima. Assim, o time só consegue sair no chutão.
- Ei, pô. Vai driblar aí não, caramba!
- Fila da mãe.
- Na trave!
- Voltou. Tiraa!
- Gol.
- Que merda. Vai tentar driblar Vagner Love na frente da área.
- Foi Ronaldo Alves, pensando que era craque. 
- E que bicho cagado, esse Vagner Love. A bola bate na trave e ainda volta para ele.
- E a zaga que não tirou a bola?

Fim do primeiro tempo. 2x0 complicava demais para o Náutico.

- E agora? Tem jeito no segundo tempo, Fernando?
- Eu já tô arretado aqui.
- Então bora beber para tu ficar mais calmo.
- Hahahahahaha.

No segundo tempo o jogo esfriou. O Flamengo foi que passou a jogar no contra-ataque. Já o Náutico era aquele marasmo dos jogos fora de casa. Adversário recuado, o time com a posse de bola e sem conseguir entrar na área.

- Agora lá vem Kim.
- Vixe, Maria. É assim que a gente quer empatar o jogo é?
- Kim é o matador, Alexandre. Vai fazer outro daquele contra o Santos.

O jogo já passava dos trinta do segundo tempo, já sem muita emoção. Foi aí que a zaga do Flamengo resolveu retribuir a gentileza da zaga alvirrubra do primeiro tempo. Foi brincar e Kim ganhou a dividida. O zagueiro caiu e a bola ficou limpinha para Kim, na meia-lua de área, ele o goleiro, era só fazer e ....

- Agora, pô.
- Olha o gol! Olha o gol!
- Nããããoooo!
- Miserável!
- Chuta na casa do tua mãe!

Horrível! Livre, livre. Kim teve tempo de parar, pensar e resolveu chutar. Conseguiu chutar nas nuvens. Era para acabar de vez com as esperanças. Até o fim do jogo, o Flamengo ainda criou algumas chances de ampliar, mas o resultado já estava definido. Era mais uma derrota alvirrubra fora de casa.

- Perdemos. Ainda bem que amanhã é domingo e não vou ver os flamenguistas do trabalho.
- Hahaha. Relaxa, Gustavo. O que não falta é flamenguista em Manaus. Não é não Thomas?
- Rapaz, estou até agora pensando no gol que Kim perdeu.
- Esquece. Toma mais uma que passa. E vamos para a próxima

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