Sábado, 18 de junho. Estamos nós reunidos para mais uma partida do timbu. Torcida chegou cedo, hasteou as bandeiras já demarcando território.
- Vão querer um copinho (perguntava João)?
- Claaaaro. Bote a mais gelada que o jogo hoje é difícil.
Dois casais chegam, de passagem pelo bar, e vendo aquelas camisas e bandeiras:
- Vai ter jogo?
- Vai sim. Esse é o pessoal do Náutico.
- Vocês Náutico mesmo?
- Sim. É que o pessoal de Pernambuco torce mesmo pros seus times.
- Então é igual o pessoal de Goiás. O pessoal torce mesmo pro Vila, pro Atlético pro Goiás. Que diferença daqui de Manaus. Aqui nosso futebol está falido.
- Você é goiana?
- Sou!
- É nada! Ela é amazonense, mas morou em Goiás e só vive falando como se fosse de lá.
- Hahahahahaha.
Então começa o jogo. E esse pessoal, que chegou depois, decide ficar conosco vendo o jogo.
- Eu vou torcer pro Náutico, mesmo sendo Santa Cruz.
- Você é de Pernanbuco também?
- Não. É que já morei lá.
- Dos males o menor. Pelo menos não é Sport.
- Vai ser 1 x 0...
- Nada vai ser 2 x 1...
- O placar de que vocês chutarem, sendo vitória está ótimo.
- Eitaaaaa! Não!
Glédson acabava de salvar o Náutico, no comecinho do jogo, após lançamento longo nas costas da zaga. O jogo era duro. O domínio era do Náutico devido à estratégia do Paraná, que recuava todo e marcava muito bem, impedindo que o Náutico criasse jogadas. Ao recuperar a bola, o Paraná mostrava um bom toque de bola, deixando claro que o jogo era difícil.
Mesmo com dificuldades, algumas chances apareceram: primeiro com Elton, chutando desequilibrado, depois com Kiesa, que errou no domínio e parou pedindo penalte. Chances desperdiçadas. E assim foi a tônica do primeiro: Náutico com a bola, sem poder de penetração no bloqueio do Paraná e muitos passes errados. Quando a torcida começava a esboçar as primeiras vaias:
- Agora! Passa por ele!
- Penalteeeee!
- Claríssimo.
- Acho que ele se jogou.
Todo mundo achou penalte. Só um discordou. E Eduardo Ramos foi para a bola:
- Terça-feira ele bateu no canto esquerdo do goleiro.
- Atenção!
- Ah! Putz!
- Defendeu!
- Muito mal.
- Bateu igualzinho à terça-feira, só que mais fraco.
O penalte defendido deu novo ânimo aos paranistas, que começaram a tocar mais a bola no campo de ataque. Já Eduardo Ramos pareceu ter desanimado e pouco produziu no resto do primeiro tempo.
O narrador então anuncia:
- Tem gol em Paulista. E é do Salgueiro.
- Hehehehehe.
- Ei, Goiana! Nada contra você, mas tá Salgueiro um, Goiás zero.
Começa o segundo tempo e logo aos quatro minutos:
- Tira! Peeeega Glédson!
- Não! Não!
Um golaço de bicicleta do Paraná. A partir de daí, o Paraná se fecha ainda mais e o Náutico se mostra nervoso e desarrumado, tentando o empate de qualquer forma. Neste momento, ficou mais evidente o bom toque de bola e o equilíbrio tático do adversário. Na base do "bumba-meu-boi", o Náutico foi criando algumas chances, mas todas desperdiçadas. Foi aí que Phillip, que entrou no meio do segundo tempo, lança Kiesa. Este domina, entra na área e sobre novo penalte.
- Penalte!
- Agora tem que fazer.
- Quem vai para a bola é Eduardo Ramos de novo?
- Não. Agora é Peter. No estadual ele bateu igual a Eduardo Ramos.
- A-u-t-o-rizooOOOOOLLLLLLLLLLLLLLLL.
- Bateu muito bem.
- Estava difícil fazer gol hoje. Se não fosse de penalte...
- É, mais ainda faltam 18 minutos, o time pode crescer e virar isso ainda.
E foi o que quase aconteceu. O gol inflamou a torcida no estádio: "ôôÔôôÔô... Vamos virar Náuticoooo". No bar, as esperanças renovaram e, em campo, o Náutico cresceu. Duas boas chances para a virada, primeiro com Phillip cruzando para Kiesa perder e outra com Ronaldo Alves. É, poderiam ter entrado, mas o Paraná continuava perigoso e também quase fez o segundo dele em contra-ataques. No final do jogo, Jeff Silva expulso e Náutico com menos um em campo. Naquela altura, o jogo já estava equilibrado de novo e o empate era o resultado mais justo.
Fim de jogo. Empatamos em casa pela segunda vez. Dos males o menor, pois, agora o adversário, mostrou muita qualidade. Sexta-feira tem mais.
- Garçon! A saidera e a conta!
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