quarta-feira, 3 de outubro de 2012

Contra o Timão, tinha uma trave no meio do caminho

Sábado, 14 de julho de 2012. A torcida mais apaixonada de Manaus voltava a se reunir no Bar do Náutico para mais um desafio do Timbuzinho. E que desafio! O campeão da Libertadores, em São Paulo, pela primeira vez com o time titular após a conquista do título Sulamericano. Difícil, mas nada que deixasse alvirrubro nenhum em casa.


- Ei, Fernando. Hoje é casa cheia.
- É 1x0, fácil, de novo!
- Olha, André apareceu hoje.
- Éééééé. Nada como uma vitória fora de casa para fazer o pessoal aparecer.
- Claro. Se até Renato, filho de Thomas, apareceu hoje, não tinha como André faltar.
- Né não, Roberto?
- O que eu sei é que esse pessoal sumido quando vem dá um azar arretado!
- Hahahaha!

Era tarde sábado. Não tinha desculpa. Todos estavam lá para o que desse e viesse. Com cinco minutos de jogo, o Timbu parecia em casa.

- Cheguei!
- Isso é hora Edmilson? Já são 5 minutos e seis escanteios para o Náutico.
- Sério! É pressão, é pressão.
- Olha o contra-ataque. Quase gol do Corinthians.
- Tem que ter cuidado.
- Mas o time está jogando bem.
- Que jogada de Kim!
- Caramba! Isso é Kim mesmo? Não acredito.

O Timbu jogava bem e não se intimidava. Aos 15 minutos, foi recompesado pelo bom futebol:

- Gooooolllllll!
- GOOOOOLLLLLLL!
- Golaço de Elicarlos!
- Eu não disse? O time hoje está engrenado!
- Vamos meter 3 hoje!
- E....
- Não, Alessandro! Gol do Corinthians

Silêncio no bar. Não deu nem tempo para comemorar. 1 minutos após abrir o placar, Danilo empatava. Depois do gol o Corinthians cresceu e começou a chegar com mais perigo. O jogo continuava aberto com o dois times no ataque, até o fim do primeiro.

- Acabou. Gostei do time.
- Está jogando melhor do que contra o Atlético semana passada.
- Está mesmo. Está tocando a bola com personalidade e jogando bola.

Recomeçou o jogo. Aquela velha máxima de que tem segurar os primeiros 10 minutos. Não deu. O Corinthians aproveitou e aos 7 minutos desempatou.

- Tira essa bola!
- Trave.
- Gol.
- Eita, merda!
- A bola pedindo! Me chuta zagueiro e ninguém tira.

Um minuto depois:

- Cheguei.
- Agora, Eduardo?
- Vim numa carreira só. Vamos segurar esse empa... Não acredito! Sai de casa e estava 1x1.
- Pois é, saiu o gol agora.
- Vamos empatar.

Galo mexeu no time. Liberou os laterais e partiu para o ataque. E não é que o Corinthians sentiu a pressão? Recuou e partiu para o jogo de contra-ataque. A recuo do adversário dificultou e o Náutico, mesmo em cima, tinha dificuldade para criar chances. Já o Corinthians chegava sempre com perigo.

- 35 minutos. Agora é hora do tudo ou nada.
- Só falta acertar o passe. Estamos bem, dominando o jogo. Tem que definir melhor os lances.

....

- 43 minutos!
- Bora, timbu.
- Cruza, meu filho!
- Gol!.... Putz.
- Quase!
- Salvou!
- Ca.... o!
- Era o empate agora, meu velho!
- Deu escanteio ainda.
- É agora.
- Tirou a zaga.
- Chutaaaaa .... P....a!
- Na traaaaave! Não acredito!
- Iria ser um golaço.
- Foi Romero. Toquinho consciente. Olha praí! O goleiro tirou com os olhos.

Era o último lance de perigo do jogo. Após o cruzamento, o Corinthians se salvou como pôde. O goleiro saiu do gol e cortou o cruzamento. No rebote, a bola ficou com Romero, que acabara de entrar no jogo. Ele levantou a cabeça e tentou colocar por cobertura. O goleiro só olhou e a bola bateu no travessão. Merecia o empate o Timbu, mas ele não veio. Derrota por 2x1 em São Paulo, mas com bom futebol e encarando de frente o campeão da América. Ah, mas se não fosse aquela trave. Maldita trave!

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