quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

Empate na Ilha e um estranho no bar

No dia 26 de agosto de 2012, chegava ao fim o primeiro turno do Campeonato Brasileiro. E esta rodada ficou reservada para o clássico contra o time tricolor da ilha. Não tinha como o Bar do Náutico não encher. Mas a discussão da semana era: podia ou não levar um amigo rubro-negro-amarelo.

- Não, ele é rubro-negro. Tem que ter cuidado com este tipo de gente!
- Mas ele é meu amigo de infância.
- Se ele for eu não vou. O bar é do Náutico. Vai ter confusão.
- Ele veio me visitar e está em Manaus na minha casa. Não dá para ir e deixá-lo de fora.
- Tua casa de pay-per-view. Ele assiste lá só.
- Levar rubro-negro-amarelo dá um azar arretado.
- Eu já disse a ele que será preciso se comportar e ficar caladinho.
- Duvido ele ficar calado. Melhor tu também não ir.
- Gente deixem de confusão. Fernando, tu vai ver o jogo com a gente e vai levar ele sim. Mas avisa que ele tem que ficar calado, sentado na última cadeira e não pode vibrar. Ah, e tem que ficar servindo nossa cerveja.
- Beleza.Vou avisá-lo.
- Ó, mas nada de camisa vermelha, preta e amarela!

Alvirrubros e intruso rubro-negro-amarelo à esquerda
A discussão foi grande, mas, no final, o intruso foi aceito. Com restrições, mas foi. No dia do jogo, ele chegou desconfiado, quietinho. Como tinha que ser. Se era minoria no bar, o adversário tinha maioria da torcida no estádio, pois jogava em casa.

- Vamos vencer hoje lá dentro e quebrar o tabu.
- Vai ser 3x0. 3 de Kiesa.

O timbu tinha nove pontos de vantagem. O adversário estava na zona de rebaixamento. Tudo conspirava  para mais uma vitória, mas, já dizia o ditado: clássico é clássico. O que se viu foi um começo de jogo equilibrado e, depois, um domínio maior do Sport.

- Caramba. Estamos só levando pressão.
- Ó praí! Caramba. Na trave!

A pressão aumentava.

- Eita, pô. Não!
- Gideãããõooooo!
- Isso é que é um goleiro.
- Que defesa extraordinária.

Zero a zero foi lucro no primeiro tempo. No segundo tempo, o panorama não mudou. De novo um começo equilibrado logo seguido por domínio do adversário.

- Droga. Perdemos Kiesa machucado.
- Agora vai ficar difícil. Vai entrar Kim.
- Vamos rezar para acabar logo.
- Eita! Não!
- Na trave de novo!

O tempo foi passando e, apesar da pressão, o jogo ficou mesmo no zero a zero. O jogo do Timbu não encaixou, mas a fase do adversário não era das melhores. Foi apenas o terceiro jogo em que o Timbu conseguia pontuar fora de casa. Ponto para a gente e azar deles. Bem feito.

No final, nem a gente nem o amigo (???) rubro-negro saíram comemorando nem chorando. Tudo acabou em paz. Ainda bem. O cara era gente boa, apesar de torcer para o time errado.

Nenhum comentário:

Postar um comentário