quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

Virada espetacular: 3x2 no Figueirense

29 de agosto de 2012. Clima de despedida no Bar do Náutico para mim, prestes a passar um tempo ausente. Naquela noite, Náutico e Figueirense abriam o segundo turno do Campeonato Brasileiro. A galera foi chegando cedo.

A galera em mais um jogo do Timba!
- Hoje vai ser 3x0. É pau no lanterninha do campeonato.
- Para mim é 2x0.
- Vai ser 4x0. Dois gols de Kim. KKKK
- Esse jogo tem cara de 3x2.
- Pô, Júnior. Que pessimismo! É o lanterna.
- Nada. Esses jogos assim, com cara de fácil, o Náutico adora complicar.
- Coisa nenhuma. É 5x0.

Quando o jogo começou, o pessoal ainda discutia quando Kim foi derrubado na área. Penalti!

- Penalti!!!
- Penalti?
- Olha ali o pessoal chegando. Corre que vocês ainda conseguem ver o gol!

O pessoal que chegava atrasado correu para ver a cobrança, mas Araújo tratou de decepcionar a todos. O goleiro Wilson defendeu.

- Vai te lascar. Perder um pênalti com 2 minutos de jogo.

A galera revoltada no bar e o time nervoso no campo. Dez minutos depois, Marlon e Gideão não se entenderam e entregaram um gol de graça para Caio. 1x0 Figueirense.

- Que falha de Gideão.
- A culpa foi de Marlon. Saltou e fez um corta-luz em cima do goleiro.
- E tudo isso por causa do pênalti perdido.

O time continuava nervoso e não se encontrava. O Figueirense tocava melhor e bola e envolvia fácil nossa defesa. Alguns minutos depois, após ótima troca de passes, o Figueirense fazia o segundo. Aloísio. 2x0. Até o fim do primeiro tempo, o panorama continuou o mesmo, com o Figueira ainda perdendo chances de ampliar a vantagem.

- Não acredito no que estou vendo. Um time bosta desse vencendo fácil na nossa casa.
- E a gente falando em goleada...
- Quem vai entrar neste segundo tempo?
- Rogerinho e Lúcio no lugar de Kim e Douglas Santos.
- Vamos ver no que dá.

No segundo tempo, a história foi outra. As modificações surtiram efeito e o time cresceu demais. O Figueirense foi encurralado e a pressão era toda do Timbuzinho. Com menos de 10 minutos, Elicarlos trazia de volta a alegria ao bar:

- Gooooolllllllllll.
- É gooollllllll, baralho!
- Gol, pombas!
- Goooooooollllllllllllllllllllllllll!

A confiança voltou à torcida. O jogo agora era nosso. Gideão virara mero espectador e só o Náutico jogava. Alguns minutos depois, o bar veio abaixo.

- Agoraaaa.... Fazzz!
- Goooolllllllll!!!!!!
- GGGGOOOOOOLLLLLL!
- GGGGOOOOOOLLLLLL!

Era o gol de empate. Elicarlos de novo. Logo ele, que, naquela noite, jogava com a camisa 150, em alusão a sua centésima-quinquagésima partida.

- Desce a grade que agora eu vou tomar todas.
- Desce duas. Esse timbu é demais. Pra mim era jogo perdido.
- E agora, que empatou cedo, vamos para a viradaaaaa!

Timbuzinho tomando todas
Os alvirrubros estavam eufóricos. O timbuzinho, como se vê acima, já tomava todas. As chances da virada foram se sucedendo. O goleiro do Figueirense salvava o time. Na melhor chance, salvou o chute no cantinho de Martinez. Faltava pouco para virada. E ela veio.

- É falta agora.
- Lúcio vai cruzar.
- ...
- Impedido.
- Tá valendo, meu!
- Gooooolllllllllll!
- Foi gol?
- Posição legal! É golllllllll!
- Gol!
- GOOOOOOOOOOOLLLLLL!
- GGGOOOOLLLLLLLLLLLLLL!
- Eneeeeeeeeeee!
- A!
- UH!
- Tê!
- I!
- Cê!
- Ó!
- Ene! A! UH! Tê! I! Cê! Ó!
- Ene! A! UH! Tê! I! Cê! Ó!

- NÁUTICO! NÁUTICO! NÁUTICO!

E que virada! Eram só 23 minutos. Souza, em posição legal, recebeu e fuzilou. Até quem estava no bar teve dúvidas, mas era o terceiro e legítimo gol do Timba. Virada espetacular. Até o fim do jogo, a galera estava em êxtase com o grande segundo tempo. Destaque para a grande partida dos reservas que entraram no segundo tempo: Lúcio e Rogerinho. E também para o homenageado da noite, com dois gols no jogo: Elicarlos.

Fim de jogo e já dá para imaginar a festa que foi no bar.

Resultado do jogo explícito nesta mesa
- Eu falei que iria ser 3x2, lembram?
- Pior que falou mesmo. Que jogo meu velho!
- E não esperava nem mais o empate depois daquele primeiro tempo.
- Agora são 12 pontos na frente da coisa.
- Cadê a cerveja! Cadê a cerveja!

Uma vitória espetacular naquela noite. Depois do jogo, ninguém queria mais ir para casa. A noite foi pequena, mas a cachaça foi grande.

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