Era um jogo duro, de muita marcação e correria. Náutico e Grêmio faziam uma partida truncada. O time alvirrubro era mais pressão, mas criava pouco. Os gremistas jogavam no contra-ataque e eram mais perigosos. O tempo ia passando, a torcida ficava apreensiva, mas o gol não saía. O Náutico rondava mais a área, tinha 62% de posse de bola, mas Victor pouco trabalhava. O Grêmio fazia muitas faltas, levava cartões, mas já tinha a mesma quantidade de finalizações nossas. Até a trave os danados ja tinham acertados.
- Rapaz que jogo disputado. Como é difícil vencer esses caras!
- Tem que ser hoje. O tabu vai acabar.
Era 20 minutos do segundo tempo, quando Gallo botou no time Breitner e Cleverson. Mudou o time e, com isso, mudou a história do jogo. Com dois jogadores de velocidade, o Timbu cresceu. O Grêmio não mais retia a bola no ataque e o Timbu partia para cima com vontade. A torcida cresceu junto, no estádio e bar.
- Bora, Timbu! Só um golzinho.
- Esse jogo vai ser um a zero mesmo, no finalzinho.
- Nada! Dá tempo de fazer 2x0 ainda.
- Vai ser um a zero, chorado. De bola parada.
Eram 36 minutos do segundo tempo, o Náutico não tinha nenhum cartão amarelo, quando o Grêmio tomava seu sexto cartão amarelo na partida. O segundo do mesmo jogador. Resultado: expulso. Passou um filme na cabeça de todos: Grêmio na retranca, com um a menos. Não. Não era possível. De novo não.
- Expulsa! Expulsa!
- Aê, cartão vermelho!
- Não, juíz! Não pode expulsar jogador deles.
- Calma. Um pode, só não pode expulsar quatro.
- KKKKKKK!
Agora sim. Aumentava o sufoco para o tricolor gaúcho que agora era só chutão. Aumentava o abafa do time alvirrubro que era só coração, raça e muita disposição. A torcida apoiava, mas a angústia tomava conta de todos. Não! Hoje não! De novo não!
44 minutos do segundo tempo. Raro contra-ataque do Grêmio, que conseguiu chegar até a área e finalizou cruzado. A bola passou na frente da área e não encontrou ninguém.
- Tá bom de acabar juíz. É melhor acabar logo, antes que a gente tome um gol.
- Tem 3 minutos ainda. Calma!
- Tá bom. Quero correr risco mais não. Esse adversário é perigoso.
- Vai, Breitner!
- Boa! Escanteio!
- Agora. Vai ser gol de Ronaldo Alves. Gol de Ronaldo Alves.
- Já chegamos aos 46 minutos.
- Cruza na cabeça de Ronaldo Alves!
- Mas que bosta de escanteio! Fácil para a defesa.
- É nossa de novo.
- Agooooorrraaaaaa!
- GoOoOOOoOOOooL!
- GoOooooOoooOOoOOOooL!
- GoOoOOOoOOOooL!
- Ronaldo Alves, caramba! Eu falei! Eu falei!
- É goooooooooooooooooooooooool!!
- É gol! É gol! É gol! É gol! É gol! É gol!
Saiu o gol, nos descontos. Festa no Bar do Náutico como pouco se viu antes. Ninguém se aguentou. Teve gente gritando. Teve gente subindo nas cadeiras. Teve gente se abraçando. Era quase um título. Era mais que uma vitória. Era uma ferida que se fechava. O tabu estava quebrado. Não. Não era pela vitória sobre o Grêmio após 21 anos. Ninguém se importava com isso. Era pelo que o Gremio representou nos últimos 6 anos e meio de nossa história. Era algo maior. Era a vitória que representava uma volta por cima, o fim de uma espera. Tínhamos que vencer assim. Nos descontos. Na raça. Na emoção.
17 de junho de 2012: o fantasma estava, finalmente, exorcizado.
segunda-feira, 18 de junho de 2012
quarta-feira, 13 de junho de 2012
O Timbu desencantou. Sobrou para o Botafogo.
Chegou o dia. O tão esperado dia de comemorar a primeira vitória. Uma primeira vitória que seria dupla, pois seria a primeira vitória do Náutico no campeonato e também a primeira vitória comemorada pela torcida no novo bar. Era domingo, 10 de junho.
- E aí galera, é hoje?
- Claro! Com "cerveja" tem que ser hoje. O adversário é o Botafogo. Então tem que ser hoje.
- Olha ele entrando aí em campo.
- Olha a escalação... Fábio Ferreira, Márcio Azevedo, Maicosuel, Renato, Andrezinho, Herrera... Huummmmm...sei não, hein?
- Oxê! Tudo banco se estivesse no Náutico. A gente hoje tem Souza e Rhayner.
Confiança total da galera no bar. Era a segunda partida em casa no campeonato e a boa impressão deixada após o primeiro jogo deixava a torcida esperançosa. O time parece que sentiu o bom ambiente e entrou bem. O Botafogo começou buscando o ataque, mas era o Náutico quem levava mais perigo, nas investidas rápidas de contra-ataque. Contrariando a tudo, foi justamente o Botafogo que quase abriu o placar num contra-ataque.
- Herrera sozinho. Derruba!
- Sai goleiro!
- Feliiiiiipeeeeee!
- Tentou a cavadinha, esse nojento. Mas Felipe estava atento.
- Que vacilo, deixaram o cara sozinho.
O jogo era lá e cá. Souza, Rhayner, Martinez e Araújo tabelavam com eficiência. Elicarlos teve boa chance de fora da área. Para fora. Mas depois não teve jeito.
- Agora, faz!
- Gooooollll!
- Golaaaaaço, meu velho!
- Araújo!!!! Desencantou.
E que golaço! Tabelinha bem feita de Souza para Araújo, para Souza, de volta para Araújo, corte no zagueiro e toquinho no cantinho, na saída do goleiro. O estádio explodiu. O bar incendiou. E o Naútico melhorou. Como fez bem fazer o gol. As investidas do Botafogo já não ameaçavam tanto. A defesa pegou confiança e o time cresceu ainda mais. Pouco depois, outro gol trabalhado:
- Vai, Auremir. Passa!
- Que passe!
- Vai, Rhayner!
- Olha o penalte! Olha o penalte!
- Passou!
- Gooooollllllll!
- Gooooollllllll!
- Gooooooooooooooooollllllllllllllllllllllllllllll!
- Foi de Lúciooooooo!
- Eneeeeeeeee....!
- A-u-tê-i-cê-ó!
- Ene-a-u-tê-i-cê-ó!
- Ene-a-u-tê-i-cê-ó!
- NÁUTICO! NÁUTICO! NÁUTICO!
- E o resto ....
Placar de sonho: 2 a 0 ainda no primeiro tempo. A torcida já dizia "Acaba juíz!" ou até mesmo "poderia ter só 45 minutos". Mas torcida escaldada tem medo de água fria. Também já começavam os comentários de alerta:
- O perigo é o intervalo! É Gallo mandar recuar.
- Recuar num jogo desse, jogando bem, não existe.
- Tem que prender Gallo e não deixar ele ir pros vestiários no intervalo.
Não deu outra. O time voltou a campo para o segundo tempo para jogar recuado e só contra-atacar. Ainda com dois minutos, a bola cruzada rasteira achou Márcio Azevedo, sozinho. Gol do Botafogo: 2 x 1. Pronto! o placar tranquilo já ficava perigoso muito cedo. O time ficou nervoso e o Botafogo cresceu. Aos 10 minutos, após erro de passe, Márcio Rosário, último homem da defesa, faz falta "salvadora" na meia-lua e é expulso. Pronto, o empate era questão de tempo.
- Isso é uma vergonha.
- O placar fácil do primeiro tempo está indo pro brejo.
Todos rezaram e a falta, na meia-lua, foi na barreira. A pressão continuava. O time não saia da defesa e só dava Botafogo. Cesar Marques entrou às pressas para recompor a defesa e, no seu primeiro lance.... gol de empate.
- Essa defesa não marca ninguém.
- Era Cesar Marques que estava marcando e deixou Fábio Ferreira cabecear.
- Olha o replay. Foi não. Foi gol-contra dele.
- Miserável!
- Olha ... de novo.
- Vai sair o terceiro! Tiraaaa!
- Quase.
- Meu irmão, a gente vai perder esse jogo.
Ninguém conseguia acreditar, mas o jogo tinha mesmo mudado completamente. O Botafogo era dono das ações, tinha um jogador a mais e chegava com perigo constantemente. Mas o jogo voltou a equiibrar, graças à justa expulsão de Márcio Azevedo, aos 25 minutos. O jogo, de novo, agora eram de 10 contra 10. Isso fez toda a diferença. Depois, nenhum perigo mais do Botafogo.
- Vai entrar Siloé.
- Vamos ver se agora vamos para cima.
- Pelo menos a pressão diminuiu.
- Agora vai entrar Romêro.
O time acordou. Começou a sair da defesa e o jogo ficou truncado no meio. Foi justamente aí que surgiu o lance decisivo.
- Bora, marca.
- Boa, meu zagueiro. Agora lança.
- Ahhh! Para ninguém. De presente para defesa deles.
- Eita, falhou!
- Vai, Derley!
- Faaaazzzzz!
- Gooolllllll!
- Goooooooooooolllllll!
- GoOoOolLlLlLlLlLlLl!
- GOOOOOOLLLL!
- Drible da vacaaaaa!!!!
Festa no Bar do Náutico! Timbu na frente novamente: 3x2.
- Ainda não acredito! Foi Derley mesmo que fez aquilo?
- Pode acreditar. Olha o replay aí!
- É um craque! É melhor que Messi!
Ainda eram 36 minutos, mas até os 48 do segundo, nenhum perigo. Fim de jogo e primeira vitória do novo Náutico.
- Alô, Thomas, por favor!
- Alô, sou eu mesmo.
- Escuta aí!
- Eneeeeeeeee....!
- A-u-tê-i-cê-ó!
- Ene-a-u-tê-i-cê-ó!
- Ene-a-u-tê-i-cê-ó!
- NÁUTICO! NÁUTICO! NÁUTICO!
Uma vitória com a cara do Náutico. Série A é isso. Que seja a primeira de muitas outras vitórias. Que venham as próximas!
- E aí galera, é hoje?
- Claro! Com "cerveja" tem que ser hoje. O adversário é o Botafogo. Então tem que ser hoje.
- Olha ele entrando aí em campo.
- Olha a escalação... Fábio Ferreira, Márcio Azevedo, Maicosuel, Renato, Andrezinho, Herrera... Huummmmm...sei não, hein?
- Oxê! Tudo banco se estivesse no Náutico. A gente hoje tem Souza e Rhayner.
Confiança total da galera no bar. Era a segunda partida em casa no campeonato e a boa impressão deixada após o primeiro jogo deixava a torcida esperançosa. O time parece que sentiu o bom ambiente e entrou bem. O Botafogo começou buscando o ataque, mas era o Náutico quem levava mais perigo, nas investidas rápidas de contra-ataque. Contrariando a tudo, foi justamente o Botafogo que quase abriu o placar num contra-ataque.
- Herrera sozinho. Derruba!
- Sai goleiro!
- Feliiiiiipeeeeee!
- Tentou a cavadinha, esse nojento. Mas Felipe estava atento.
- Que vacilo, deixaram o cara sozinho.
O jogo era lá e cá. Souza, Rhayner, Martinez e Araújo tabelavam com eficiência. Elicarlos teve boa chance de fora da área. Para fora. Mas depois não teve jeito.
- Agora, faz!
- Gooooollll!
- Golaaaaaço, meu velho!
- Araújo!!!! Desencantou.
E que golaço! Tabelinha bem feita de Souza para Araújo, para Souza, de volta para Araújo, corte no zagueiro e toquinho no cantinho, na saída do goleiro. O estádio explodiu. O bar incendiou. E o Naútico melhorou. Como fez bem fazer o gol. As investidas do Botafogo já não ameaçavam tanto. A defesa pegou confiança e o time cresceu ainda mais. Pouco depois, outro gol trabalhado:
- Vai, Auremir. Passa!
- Que passe!
- Vai, Rhayner!
- Olha o penalte! Olha o penalte!
- Passou!
- Gooooollllllll!
- Gooooollllllll!
- Gooooooooooooooooollllllllllllllllllllllllllllll!
- Foi de Lúciooooooo!
- Eneeeeeeeee....!
- A-u-tê-i-cê-ó!
- Ene-a-u-tê-i-cê-ó!
- Ene-a-u-tê-i-cê-ó!
- NÁUTICO! NÁUTICO! NÁUTICO!
- E o resto ....
Placar de sonho: 2 a 0 ainda no primeiro tempo. A torcida já dizia "Acaba juíz!" ou até mesmo "poderia ter só 45 minutos". Mas torcida escaldada tem medo de água fria. Também já começavam os comentários de alerta:
- O perigo é o intervalo! É Gallo mandar recuar.
- Recuar num jogo desse, jogando bem, não existe.
- Tem que prender Gallo e não deixar ele ir pros vestiários no intervalo.
Não deu outra. O time voltou a campo para o segundo tempo para jogar recuado e só contra-atacar. Ainda com dois minutos, a bola cruzada rasteira achou Márcio Azevedo, sozinho. Gol do Botafogo: 2 x 1. Pronto! o placar tranquilo já ficava perigoso muito cedo. O time ficou nervoso e o Botafogo cresceu. Aos 10 minutos, após erro de passe, Márcio Rosário, último homem da defesa, faz falta "salvadora" na meia-lua e é expulso. Pronto, o empate era questão de tempo.
- Isso é uma vergonha.
- O placar fácil do primeiro tempo está indo pro brejo.
Todos rezaram e a falta, na meia-lua, foi na barreira. A pressão continuava. O time não saia da defesa e só dava Botafogo. Cesar Marques entrou às pressas para recompor a defesa e, no seu primeiro lance.... gol de empate.
- Essa defesa não marca ninguém.
- Era Cesar Marques que estava marcando e deixou Fábio Ferreira cabecear.
- Olha o replay. Foi não. Foi gol-contra dele.
- Miserável!
- Olha ... de novo.
- Vai sair o terceiro! Tiraaaa!
- Quase.
- Meu irmão, a gente vai perder esse jogo.
Ninguém conseguia acreditar, mas o jogo tinha mesmo mudado completamente. O Botafogo era dono das ações, tinha um jogador a mais e chegava com perigo constantemente. Mas o jogo voltou a equiibrar, graças à justa expulsão de Márcio Azevedo, aos 25 minutos. O jogo, de novo, agora eram de 10 contra 10. Isso fez toda a diferença. Depois, nenhum perigo mais do Botafogo.
- Vai entrar Siloé.
- Vamos ver se agora vamos para cima.
- Pelo menos a pressão diminuiu.
- Agora vai entrar Romêro.
O time acordou. Começou a sair da defesa e o jogo ficou truncado no meio. Foi justamente aí que surgiu o lance decisivo.
- Bora, marca.
- Boa, meu zagueiro. Agora lança.
- Ahhh! Para ninguém. De presente para defesa deles.
- Eita, falhou!
- Vai, Derley!
- Faaaazzzzz!
- Gooolllllll!
- Goooooooooooolllllll!
- GoOoOolLlLlLlLlLlLl!
- GOOOOOOLLLL!
- Drible da vacaaaaa!!!!
Festa no Bar do Náutico! Timbu na frente novamente: 3x2.
- Ainda não acredito! Foi Derley mesmo que fez aquilo?
- Pode acreditar. Olha o replay aí!
- É um craque! É melhor que Messi!
Ainda eram 36 minutos, mas até os 48 do segundo, nenhum perigo. Fim de jogo e primeira vitória do novo Náutico.
- Alô, Thomas, por favor!
- Alô, sou eu mesmo.
- Escuta aí!
- Eneeeeeeeee....!
- A-u-tê-i-cê-ó!
- Ene-a-u-tê-i-cê-ó!
- Ene-a-u-tê-i-cê-ó!
- NÁUTICO! NÁUTICO! NÁUTICO!
Uma vitória com a cara do Náutico. Série A é isso. Que seja a primeira de muitas outras vitórias. Que venham as próximas!
quinta-feira, 7 de junho de 2012
No Rio de Janeiro, deu Vasco. Justo!
Era noite de quarta-feira, dia 06 de junho. O jogo cedinho, as 19h30. O trânsito era pesado, mas a torcida chegou. Em cima da hora, mas chegou.
- E aí, pessoal? Dá para ganhar hoje?
- Ganhar vai ser muito difícil, mas pelo um empate eu tenho fé.
- Derrota hoje é resultado normal. Time feito em cima da hora, enfrentando um time certinho como o Vasco...
- Que nada! Eu estou confiante. Até fiz uma aposta com minha esposa. Se o Náutico ganhar, vou tomar todas e, quando chegar em casa de madrugada, ainda vou lavar o banheiro.
- KKKK.
- Ah, então já entendi. Tu fizeste essa aposta porque não tá nem querendo lavar o banheiro. Por que não fez num jogo mais fácil?
- KKKKK.
A torcida tinha esperança, compareceu acreditando na possibilidade de um resultado positivo, mas estava ciente de que o adversário era favorito. Quando o jogo começou, os primeiros dez minutos aumentaram ainda mais a confiança.
- Boa noite, pessoal! Quanto tá o jogo?
- Um a zero Náutico!
- Deixa de mentira. Estou vendo o placar aqui no zero a zero. Mas está jogaando bem?
- Surpreendentemente, nestes primeiros 10 minutos, o Náutico está encarando o Vasco de frente. Está até com mais posse de bola.
- Sério?
- Está tocando bem a bola. Já chutou mais vezes a gol. O Vasco está meio devagar.
- Bora ganhar esse negócio!
- Agora, vai Kim! Uhuuuuuu!
- Boa jogada!
O tempo foi passando. Aos poucos a empolgação do Náutico começava a esfriar. O Vasco, que até então errava passes e só olhava o jogo, começou a marcar a saída de bola. O jogo foi mudando e o Vasco em pouco tempo já era mais perigoso.
- Que moleza essa marcação!
- Lúcio e Martinez estão perdidos.
- Estavam dizendo que Martinez estava comendo a bola nos treinos.
- Tem que botar Souza neste time. Nao existe ele ser banco.
- Olha para aí, tira essa bola, Ronaldo.
- Outra falta. Olha que perigo!
- Falta de Martinez de novo.
- Tirou! Boa, zagueiro!
- Lá vem de novo. Penalte.
- Penalte não. Se jogou.
- Devia ter levado amarelo esse Diego Souza.
O jogo começava a ficar perigoso. A defesa falhava na marcação e não tinha saída de bola. E foi num lance bobo que a derrota começou a se desenhar. Ronaldo Alves, sem opção de jogo, entrega para Derley, no fogo, de costas. Falha bizarra da dupla. Éder Luis roubou e tocou para Alecsandro, livre, tocar no cantinho: Vasco 1 x 0.
- Acabou-se o meio de campo.
- É, parece que o banheiro da casa de Fernando vai continuar sujo hoje a noite.
- Eita! Ninguém vai marcar não!
- Golaço do Vasco!
- Golaço nada. Frango de Gideão.
Era o segundo gol. Felipe de fora da área, dando um corte fácil em Kim e temdo "300 anos" sem marcação. Deu para ajeitar, pensar e mandar a bomba de curva. Sem defesa para Gideão. Até o final do primeiro tempo, só o Vasco jogou.
No segundo tempo, Gallo teve seu momento de lucidez: Souza, finalmente, entrava no time e, com ele, também Rhayner no ataque.
- Rhayner! Que grata surpresa. Está jogando melhor do que Kim.
- E Souza também entrou bem. Como pode ser banco nesse time?
Com a mudanças, o Náutico parecia outro time no segundo tempo. Toque de bola voltou a funcionar e as chances começavam a aparecer. Souza distribuía bem o jogo e Rhayner se movimentava com velocidade.
- Olha a mensagem que acabei de receber no celular: "Esse Souza é muito ruim".
- Oxe! O cara entrou muito bem.
- Olha que boa jogada!
- Cruza, Lúcio!
- Agora!
- Pegaaaaaaaa!
- Uhuuuuu!
- Que defesa de Fernando Prass!
- Foi Rhayner que cabeceou.
- Muito azar não fazer esse gol. Iria pôr fogo no jogo.
O segundo tempo realmente estava para o Náutico. Vaias começavam a ser ouvidas em São Januário. As chances começavam a ser criadas, mas faltava justamente a qualidade para botar a bola para dentro. Qualidade de sobrava ao Vasco. Pouco tempo após a chance de gol desperdiçada do Náutico, num dos poucos ataques do Vasco, a chance foi criada e aproveitada com eficiência. Bola de pé em pé: Alecsandro para Diego Souza, este para Juninho e de Juninho para o gol. Belo gol. O Vasco não atacava, mas quando fez, foi mortal: 3x0. Placar que, praticamente, definia a partida.
- Pode pedir outro arrumadinho que agora a coisa está feia.
- Olha aí! Faz, Martinez!
- Goooooll!
- Golaço!
- Que gol arretado!
O Náutico diminuia. Seria até uma maldade, depois do bom futebol do segundo tempo, não fazer pelo menos um gol. Gol de Martinez, que no segundo tempo havia crescido de produção com todo o time.
- Bora que ainda dá tempo até de empatar.
- Tem que permanecer em cima.
- Só não pode vacilar.
- Foi só falar. Olha a merda.
- Juninho perdeu cara a cara.
- Bora, Náutico. Bola para Rhayner.
- Isso!
- Esse é outro que entrou bem.
- Outro passe errado.
- Sai, Gideããão!
- Gol do Vasco.
- É brincadeira, hein?
O Vasco fazia 4x1 e voltava a tranquilizar o jogo e a vitória. A partir daí, o Vasco valorizava a posse de bola. O Náutico seguia tentando e levando contra-ataques. Duas grandes chances surgiram. Ambas com Araújo, que, assim como nos jogos passados, as desperdiçava. De tanto insistir, Araújo, recebendo passe de Rhayner, finalmente (ALELUIA! ALELUIA!), driblou o goleiro e deu números finais a partida: 4x2.
- É Gol! Agora sim. Pelo menos não é mais goleada.
- Se considerar que essa derrota era normal, pelo menos foi de 2 gols apenas.
- Eita! Que torcedor conformado é esse?
- Não é conformado, não. É a realidade. As contratações foram boas, mas os jogadores contratados chegaram tudo agora. Vai demorar ainda para esse time engrenar.
- Acabou. Pensando dessa forma, perder de 4x2 é melhor do que 2x0.
- Sim, mas tem que começar a ganhar, engrenando ou não. Se não, vai ficar difícil.
Terminava a terceira partida do Náutico com Brasileirão. A segunda derrota. Agora serão duas partidas seguidas em casa. Domingo já tem o Botafogo. É hora de começar a vencer. Se a primeira vitória virá domingo, não sabemos. O certo é que o Bar do Náutico estará cheio novamente. Aliás, como sempre!
- E aí, pessoal? Dá para ganhar hoje?
- Ganhar vai ser muito difícil, mas pelo um empate eu tenho fé.
- Derrota hoje é resultado normal. Time feito em cima da hora, enfrentando um time certinho como o Vasco...
- Que nada! Eu estou confiante. Até fiz uma aposta com minha esposa. Se o Náutico ganhar, vou tomar todas e, quando chegar em casa de madrugada, ainda vou lavar o banheiro.
- KKKK.
- Ah, então já entendi. Tu fizeste essa aposta porque não tá nem querendo lavar o banheiro. Por que não fez num jogo mais fácil?
- KKKKK.
A torcida tinha esperança, compareceu acreditando na possibilidade de um resultado positivo, mas estava ciente de que o adversário era favorito. Quando o jogo começou, os primeiros dez minutos aumentaram ainda mais a confiança.
- Boa noite, pessoal! Quanto tá o jogo?
- Um a zero Náutico!
- Deixa de mentira. Estou vendo o placar aqui no zero a zero. Mas está jogaando bem?
- Surpreendentemente, nestes primeiros 10 minutos, o Náutico está encarando o Vasco de frente. Está até com mais posse de bola.
- Sério?
- Está tocando bem a bola. Já chutou mais vezes a gol. O Vasco está meio devagar.
- Bora ganhar esse negócio!
- Agora, vai Kim! Uhuuuuuu!
- Boa jogada!
O tempo foi passando. Aos poucos a empolgação do Náutico começava a esfriar. O Vasco, que até então errava passes e só olhava o jogo, começou a marcar a saída de bola. O jogo foi mudando e o Vasco em pouco tempo já era mais perigoso.
- Que moleza essa marcação!
- Lúcio e Martinez estão perdidos.
- Estavam dizendo que Martinez estava comendo a bola nos treinos.
- Tem que botar Souza neste time. Nao existe ele ser banco.
- Olha para aí, tira essa bola, Ronaldo.
- Outra falta. Olha que perigo!
- Falta de Martinez de novo.
- Tirou! Boa, zagueiro!
- Lá vem de novo. Penalte.
- Penalte não. Se jogou.
- Devia ter levado amarelo esse Diego Souza.
O jogo começava a ficar perigoso. A defesa falhava na marcação e não tinha saída de bola. E foi num lance bobo que a derrota começou a se desenhar. Ronaldo Alves, sem opção de jogo, entrega para Derley, no fogo, de costas. Falha bizarra da dupla. Éder Luis roubou e tocou para Alecsandro, livre, tocar no cantinho: Vasco 1 x 0.
- Acabou-se o meio de campo.
- É, parece que o banheiro da casa de Fernando vai continuar sujo hoje a noite.
- Eita! Ninguém vai marcar não!
- Golaço do Vasco!
- Golaço nada. Frango de Gideão.
Era o segundo gol. Felipe de fora da área, dando um corte fácil em Kim e temdo "300 anos" sem marcação. Deu para ajeitar, pensar e mandar a bomba de curva. Sem defesa para Gideão. Até o final do primeiro tempo, só o Vasco jogou.
No segundo tempo, Gallo teve seu momento de lucidez: Souza, finalmente, entrava no time e, com ele, também Rhayner no ataque.
- Rhayner! Que grata surpresa. Está jogando melhor do que Kim.
- E Souza também entrou bem. Como pode ser banco nesse time?
Com a mudanças, o Náutico parecia outro time no segundo tempo. Toque de bola voltou a funcionar e as chances começavam a aparecer. Souza distribuía bem o jogo e Rhayner se movimentava com velocidade.
- Olha a mensagem que acabei de receber no celular: "Esse Souza é muito ruim".
- Oxe! O cara entrou muito bem.
- Olha que boa jogada!
- Cruza, Lúcio!
- Agora!
- Pegaaaaaaaa!
- Uhuuuuu!
- Que defesa de Fernando Prass!
- Foi Rhayner que cabeceou.
- Muito azar não fazer esse gol. Iria pôr fogo no jogo.
O segundo tempo realmente estava para o Náutico. Vaias começavam a ser ouvidas em São Januário. As chances começavam a ser criadas, mas faltava justamente a qualidade para botar a bola para dentro. Qualidade de sobrava ao Vasco. Pouco tempo após a chance de gol desperdiçada do Náutico, num dos poucos ataques do Vasco, a chance foi criada e aproveitada com eficiência. Bola de pé em pé: Alecsandro para Diego Souza, este para Juninho e de Juninho para o gol. Belo gol. O Vasco não atacava, mas quando fez, foi mortal: 3x0. Placar que, praticamente, definia a partida.
- Pode pedir outro arrumadinho que agora a coisa está feia.
- Olha aí! Faz, Martinez!
- Goooooll!
- Golaço!
- Que gol arretado!
O Náutico diminuia. Seria até uma maldade, depois do bom futebol do segundo tempo, não fazer pelo menos um gol. Gol de Martinez, que no segundo tempo havia crescido de produção com todo o time.
- Bora que ainda dá tempo até de empatar.
- Tem que permanecer em cima.
- Só não pode vacilar.
- Foi só falar. Olha a merda.
- Juninho perdeu cara a cara.
- Bora, Náutico. Bola para Rhayner.
- Isso!
- Esse é outro que entrou bem.
- Outro passe errado.
- Sai, Gideããão!
- Gol do Vasco.
- É brincadeira, hein?
O Vasco fazia 4x1 e voltava a tranquilizar o jogo e a vitória. A partir daí, o Vasco valorizava a posse de bola. O Náutico seguia tentando e levando contra-ataques. Duas grandes chances surgiram. Ambas com Araújo, que, assim como nos jogos passados, as desperdiçava. De tanto insistir, Araújo, recebendo passe de Rhayner, finalmente (ALELUIA! ALELUIA!), driblou o goleiro e deu números finais a partida: 4x2.
- É Gol! Agora sim. Pelo menos não é mais goleada.
- Se considerar que essa derrota era normal, pelo menos foi de 2 gols apenas.
- Eita! Que torcedor conformado é esse?
- Não é conformado, não. É a realidade. As contratações foram boas, mas os jogadores contratados chegaram tudo agora. Vai demorar ainda para esse time engrenar.
- Acabou. Pensando dessa forma, perder de 4x2 é melhor do que 2x0.
- Sim, mas tem que começar a ganhar, engrenando ou não. Se não, vai ficar difícil.
Terminava a terceira partida do Náutico com Brasileirão. A segunda derrota. Agora serão duas partidas seguidas em casa. Domingo já tem o Botafogo. É hora de começar a vencer. Se a primeira vitória virá domingo, não sabemos. O certo é que o Bar do Náutico estará cheio novamente. Aliás, como sempre!
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