quarta-feira, 13 de junho de 2012

O Timbu desencantou. Sobrou para o Botafogo.

Chegou o dia. O tão esperado dia de comemorar a primeira vitória. Uma primeira vitória que seria dupla, pois seria a primeira vitória do Náutico no campeonato e também a primeira vitória comemorada pela torcida no novo bar. Era domingo, 10 de junho.

- E aí galera, é hoje?
- Claro! Com "cerveja" tem que ser hoje. O adversário é o Botafogo. Então tem que ser hoje.
- Olha ele entrando aí em campo.
- Olha a escalação... Fábio Ferreira, Márcio Azevedo, Maicosuel, Renato, Andrezinho, Herrera... Huummmmm...sei não, hein?
- Oxê! Tudo banco se estivesse no Náutico. A gente hoje tem Souza e Rhayner.

Confiança total da galera no bar. Era a segunda partida em casa no campeonato e a boa impressão deixada após o primeiro jogo deixava a torcida esperançosa. O time parece que sentiu o bom ambiente e entrou bem. O Botafogo começou buscando o ataque, mas era o Náutico quem levava mais perigo, nas investidas rápidas de contra-ataque. Contrariando a tudo, foi justamente o Botafogo que quase abriu o placar num contra-ataque.

- Herrera sozinho. Derruba!
- Sai goleiro!
- Feliiiiiipeeeeee!
- Tentou a cavadinha, esse nojento. Mas Felipe estava atento.
- Que vacilo, deixaram o cara sozinho.

O jogo era lá e cá. Souza, Rhayner, Martinez e Araújo tabelavam com eficiência. Elicarlos teve boa chance de fora da área. Para fora. Mas depois não teve jeito.

- Agora, faz!
- Gooooollll!
- Golaaaaaço, meu velho!
- Araújo!!!! Desencantou.

E que golaço! Tabelinha bem feita de Souza para Araújo, para Souza, de volta para Araújo, corte no zagueiro e toquinho no cantinho, na saída do goleiro. O estádio explodiu. O bar incendiou. E o Naútico melhorou. Como fez bem fazer o gol. As investidas do Botafogo já não ameaçavam tanto. A defesa pegou confiança e o time cresceu ainda mais. Pouco depois, outro gol trabalhado:

- Vai, Auremir. Passa!
- Que passe!
- Vai, Rhayner!
- Olha o penalte! Olha o penalte!
- Passou!
- Gooooollllllll!
- Gooooollllllll!
- Gooooooooooooooooollllllllllllllllllllllllllllll!
- Foi de Lúciooooooo!
- Eneeeeeeeee....!
- A-u-tê-i-cê-ó!
- Ene-a-u-tê-i-cê-ó!
- Ene-a-u-tê-i-cê-ó!
- NÁUTICO! NÁUTICO! NÁUTICO!
- E o resto ....

Placar de sonho: 2 a 0 ainda no primeiro tempo. A torcida já dizia "Acaba juíz!" ou até mesmo "poderia ter só 45 minutos". Mas torcida escaldada tem medo de água fria. Também já começavam os comentários de alerta:

- O perigo é o intervalo! É Gallo mandar recuar.
- Recuar num jogo desse, jogando bem, não existe.
- Tem que prender Gallo e não deixar ele ir pros vestiários no intervalo.

Não deu outra. O time voltou a campo para o segundo tempo para jogar recuado e só contra-atacar. Ainda com dois minutos, a bola cruzada rasteira achou Márcio Azevedo, sozinho. Gol do Botafogo: 2 x 1. Pronto! o placar tranquilo já ficava perigoso muito cedo. O time ficou nervoso e o Botafogo cresceu. Aos 10 minutos, após erro de passe, Márcio Rosário, último homem da defesa, faz falta "salvadora" na meia-lua e é expulso. Pronto, o empate era questão de tempo.

- Isso é uma vergonha.
- O placar fácil do primeiro tempo está indo pro brejo.

Todos rezaram e a falta, na meia-lua, foi na barreira. A pressão continuava. O time não saia da defesa e só dava Botafogo. Cesar Marques entrou às pressas para recompor a defesa e, no seu primeiro lance.... gol de empate.

- Essa defesa não marca ninguém.
- Era Cesar Marques que estava marcando e deixou Fábio Ferreira cabecear.
- Olha o replay. Foi não. Foi gol-contra dele.
- Miserável!
- Olha ... de novo.
- Vai sair o terceiro! Tiraaaa!
- Quase.
- Meu irmão, a gente vai perder esse jogo.

Ninguém conseguia acreditar, mas o jogo tinha mesmo mudado completamente. O Botafogo era dono das ações, tinha um jogador a mais e chegava com perigo constantemente. Mas o jogo voltou a equiibrar, graças à justa expulsão de Márcio Azevedo, aos 25 minutos. O jogo, de novo, agora eram de 10 contra 10. Isso fez toda a diferença. Depois, nenhum perigo mais do Botafogo.

- Vai entrar Siloé.
- Vamos ver se agora vamos para cima.
- Pelo menos a pressão diminuiu.
- Agora vai entrar Romêro.

O time acordou. Começou a sair da defesa e o jogo ficou truncado no meio. Foi justamente aí que surgiu o lance decisivo.

- Bora, marca.
- Boa, meu zagueiro. Agora lança.
- Ahhh! Para ninguém. De presente para defesa deles.
- Eita, falhou!
- Vai, Derley!
- Faaaazzzzz!
- Gooolllllll!
- Goooooooooooolllllll!
- GoOoOolLlLlLlLlLlLl!
- GOOOOOOLLLL!
- Drible da vacaaaaa!!!!

Festa no Bar do Náutico! Timbu na frente novamente: 3x2.

- Ainda não acredito! Foi Derley mesmo que fez aquilo?
- Pode acreditar. Olha o replay aí!
- É um craque! É melhor que Messi!

Ainda eram 36 minutos, mas até os 48 do segundo, nenhum perigo. Fim de jogo e primeira vitória do novo Náutico.

- Alô, Thomas, por favor!
- Alô, sou eu mesmo.
- Escuta aí!
- Eneeeeeeeee....!
- A-u-tê-i-cê-ó!
- Ene-a-u-tê-i-cê-ó!
- Ene-a-u-tê-i-cê-ó!
- NÁUTICO! NÁUTICO! NÁUTICO!



Uma vitória com a cara do Náutico. Série A é isso. Que seja a primeira de muitas outras vitórias. Que venham as próximas!

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