Normal que os gaúchos pensassem assim. Afinal, eles foram meros atores coadjuvantes. Já o ator principal (o Náutico) sempre participa da epopeias do começo ao fim. Em 2005, o sonho de voltar à Primeira Divisão após onze anos foi interrompida de forma trágica. Trágica, mas não definitiva. Definitiva se fossem com um clube qualquer, com uma torcida de modinha qualquer. Não definitiva para um clube maior que qualquer derrota e não definitiva para uma torcida apaixonada que sempre está com seu clube nos bons e nos maus momentos. Qual torcida permaneceria junto com o clube após uma derrota marcante? Poucas. Afinal, encher estádio nas vitórias é fácil. Mas ter uma torcida que está com o time em todos os momentos, é para poucos. E o Náutico é um desses poucos.
Após a derrota no início da Batalha, o Náutico mostrou que não é um clube qualquer. A torcida não se afastou. O clube se reergueu, levantou a cabeça e continuou a Batalha. Remontou o time. A torcida, ferida, lavou a camisa e voltou a vesti-la. O Náutico e sua torcida foram em frente. A batalha ainda não estava perdida. O sonho da volta à Primeira Divisão permanecia vivo. O primeiro degrau foi estrear no Arruda, de portões fechados, como punição injusta pela confusão causada pelos gaúchos no primeiro dia da batalha. Logo com quinze minutos, dois a zero para o Brasiliense. Resultado final: 3x2 para o Náutico. Já na primeira partida, o Náutico mostrava que aquele seria o ano da virada e mostrava que estava ali para vencer a batalha. E foi assim até o final do ano. O Náutico entrou no G4 na oitava rodada e dele não saiu mais. Os Aflitos, famoso por dar nome a Batalha, foi um aliado excepcional. Foram 15 vitórias em 18 jogos e apenas 1 derrota.
Foi quando chegou o dia 18 de novembro de 2006. No mesmo estádio dos Aflitos. A mesma torcida (aquela que nunca o abandonou) estava lá para superar seus traumas e ver a batalha ser vencida. Com um 2x0 no adversário vermelho e preto, vencemos a batalha. Exorcizamos os nossos fantasmas. O Náutico estava de volta à primeira divisão após 12 anos. A espera terminou e aquele 26/11/2005, no final das contas, foi apenas um adiamento. Serviu apenas para mostrar que, em menos de um ano, teríamos força e capacidade de nos recuperar. A verdadeira Batalha dos Aflitos foi vencida de forma brilhante. E no final virou filme, cujo trailler está acima. Como diz o filme: "Ali onde eu chorei qualquer um choraria. A volta por cima que eu dei, quero ver quem daria."
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