domingo, 1 de setembro de 2024

Dias de descanço

Fim de semana, domingão.

Não tem meu time na TV.

Foi eliminado da competição.

E não tem mais jogos a fazer.


O uniforme está guardado.

A bandeira recolhida.

O estádio está fechado.

Sem o barulho da torcida.

 

Não tem mais Patrick Alan.

Nem gol de Paulo Sérgio, o artilheiro.

Nem as entregadas do zagueiro Islan.

Nem os frangos incríveis do meu goleiro.


Sem partidas para jogar.

Que tristeza, meus senhores!

Só restou os rivais secar.

Como fazem os tricolores.


Que chegue logo o grande dia.

Pro Timbu jogar para a gente.

Trazendo vitórias e alegrias.

Ou fazer raiva novamente.

quarta-feira, 7 de setembro de 2022

Aqui ele já caiu, mas não quebrou!

Acordei cedo. Saí para pedalar. Voltei! O filho já havia acordado e tomado seu café. Na pia, uma pilha de pratos. 

Bebi água. Tomei um bom banho. Fui no meu quarto-escritório, onde fica uma estante em que mantenho uma coleção de canecas, copos e quadros. Abri as cortinas e a janela para iluminar e arejar o ambiente. Mas, na pia da cozinha, havia uma pilha de pratos. 

Ventava bastante neste dia. Ao abrir a janela, o vento entrou "valendo" no ambiente do escritório. Mas, na pia da cozinha, uma pilha de pratos. 

Fui então resolver este problema. Partiu cozinha, lavar a louça! Uhuu! Bucha na mão, detergente na bucha, água e sabão nos pratos. Esfrega daqui, enxagua de lá. Da cozinha, conseguia ouvir o barulho do vento que entrava pela janela do escritório. Vento forte mesmo, típico do mês de agosto no litoral do Nordeste.

De repente, o barulho: "Tum! Crash! Toin!"

O barulho veio do escritório. Alguma coisa caiu no chão. Nossa! Deve ter sido o vento forte derrubando minha coleção que enfeitava a estante. Chegando ao escritório, estava lá, no chão, o relógio que havia caído da estante. O vento acabara de derrubá-lo. Caído no chão, percebi que o relógio estava parado. Não marcava as horas corretamente. Certamente porque, quem deveria cuidar dele com carinho (e trocar sua pilha), não havia sido cuidadoso com sua grandiosidade. 

O ponteiro das horas, parado, apontava para a terceira divisão, ou melhor, para a terceira hora. Seria um aviso? Caiu, parou no tempo, mas não quebrou! Seria uma motivo de esperança?


Mas este problema tinha solução. Havia tempo de resolver. Troquei a pilha e voltou a funcionar. Seu destino não seria para sempre apontando para o três. Foi apenas um susto. Coisa de quem fica na zona do rebaixamento, sem esperanças, e dela sai.

Olhei para a estante e vi que o vento também havia derrubado mais coisas. Eita! Era um quadro de vidro, que caiu do pedestal e ficou bem na ponta da prateleira da estante. Esse, sim, por ser de vidro, se caísse não teria jeito. Seria o fim. Mas ele não caiu. Bambeou, perigou e ficou bem ameaçado. Caiu do pedestal, mas não caiu no chão. Por um milagre, sobreviveu (ainda).

Ufa! Que sorte! Meus mimos não tiveram seu fim. Por muito pouco, sobreviveram. Só não sei até quando resistirão aos ventos. 

Que os bons ventos e uma grande dose de sorte nos ajudem nos próximos dois meses de ventania e que o Náutico não caia, como o quadro de vidro. E, se tiver que cair, que caia, mas não quebre, como meu relógio, e volte melhor, com a pilha renovada!

domingo, 5 de junho de 2022

Eu vi o gol do Penta e ele aconteceu em Brusque

O dia 30 de junho de 2002 ficou marcado na história do futebol mundial. Foi neste dia que a seleção brasileira de futebol conquistou o pentacampeonato da Copa do Mundo no Japão. Este dia também marcou o futebol pernambucano. Pela primeira vez na história, o Campeonato Pernambucano foi decidido na mesmo dia da final de uma Copa do Mundo. E quem teve o privilégio de comemorar foi o torcedor alvirrubro porque, além do Penta, que ocorreu pela manhã, o torcedor do Náutico também comemorou o bicampeonato pernambucano à tarde. Desde então, o Náutico e o Pentacampeonato ficaram marcados na história.

Naquele dia, no Japão, Ronaldo marcou o segundo gol da partida e foi o gol que decidiu a Copa. Quis o destino que, 20 anos depois, também em ano de Copa e no mesmo mês de junho, o Náutico fosse repetir a história marcando um golaço idêntico, igualzinho ao de Ronaldo, e que também decidiu a partida. Não foi um título, mas foi também o segundo gol e foi o da vitória, lá na cidade de Brusque, contra o time homônimo.

Vamos relembrar os gols?

Em 2002, Kleberson disparou pela direita, deixando os adversários para trás, e cortou para dentro. 
Em 2022, Ewandro disparou pela direita, deixando os adversários para trás, e cortou para dentro.



Em 2002, Kleberson tocou para o meio e Rivaldo enganou a zaga deixando a bola passar para o fenômeno Ronaldo, que esperava livre na meia-lua. 
Em 2022, Ewandro tocou para o meio e Richard Franco enganou a zaga deixando a bola passar para o mágico Jean Carlos, que esperava livre na meia-lua.


Em 2002, Ronaldo dominou a bola com seu pé bom, o pé direito, e com um único toque já ajeitou para o chute de direita.
Em 2022, Jean Carlos dominou a bola com seu pé bom, o pé esquerdo, e com um único toque já ajeitou para o chute de esquerda.


Em 2002, o chute de direita de Ronaldo entrou no cantinho direito. Foi o segundo gol. O gol da vitória do Brasil.
Em 2022, o chute de esquerda de Jean Carlos entrou no cantinho esquerdo. Foi o segundo gol. O gol da vitória do Náutico.



Você assistiu ao Penta? Teve o prazer de assistir ao gol de Ronaldo, em 2002? Pois o Náutico nos presenteou com a reedição do gol em 2022. Eu vi o gol de Penta duas vezes. Ele aconteceu no Japão e também aconteceu em Brusque. Ambos, com festa alvirrubra.  

Quer rever os gols? Reveja-os abaixo. 

 


quinta-feira, 23 de dezembro de 2021

Cordel-retrospectiva do futebol pernambucano em 2021

O futebol em Pernambuco.

É, de longe, o mais animado.

Timbu, Cobra e Leão.

São as paixões deste estado.


Acompanha aí a retrospectiva.

Para relembrar como foi o ano.

E veja aí o que aconteceu.

Com cada time pernambucano.


Da Copa do Brasil.

O Náutico não participou.

Que azar de Pernambuco.

Só vergonha passou.


Primeiro foi o Sport.

A envergonhar a nossa gente.

Eliminado na primeira fase.

Pela poderosa Juazeirense.


O Leãozinho fugiu do campo.

Parecendo que via a morte.

Enquanto isso o Santa Cruz.

Era eliminado pelo Cianorte.


Na Copa do Nordeste.

Vergonha maior foi alcançada.

O leão e a cobrinha.

Viraram saco de pancada.


Cada um em seu grupo.

Foram lanternas do Nordestão.

Enquanto isso, no Estadual.

Viram o Timbu ser campeão.


Por falar em Estadual.

O Timbu matou a pau.

Eliminou Santa e Sport.

E fez a festa no final.


No Estadual Feminino.

Deu Timbu mais uma vez.

Lá na Ilha do Retiro.

O Leão virou freguês.


No Campeonato Brasileiro.

O Náutico não subiu para a Série A.

Mas, tudo bem, pelo menos.

Ficou no mesmo lugar.


Bem diferente dos rivais.

Que só fizeram foi descer.

O Sport caiu pra B.

E Santinha pra Série D. 


Mais importante que a divisão.

É a rivalidade do nosso estado .

Melhor ainda sendo campeão.

E ver rivais sendo rebaixados. 

sábado, 15 de maio de 2021

Quanto vale um Campeonato Pernambucano?

Alvirrubro, quantas vezes você já foi perguntado se vale mais à pena um acesso de divisão do Campeonato Brasileiro (ou permanência na Série A) ou o título estadual? A maioria das pessoas responde que o Brasileiro é mais importante. As razões são bem óbvias: é o campeonato que tem mais visibilidade, dura mais tempo e o que possui recompensa financeira capaz de sustentar o clube. Da mesma forma, já nos acostumamos a ouvir todo ano dos dirigentes que "as contratações do primeiro semestre serão modestas para que o haja um maior investimento financeiro para reforçar o elenco no Campeonato Brasileiro".

Esta visão sob ótica financeira do Campeonato Brasileiro é justa e correta. Qualquer dirigente responsável pensaria da mesma forma. Mas, e o torcedor? Este ser apaixonado que vive das alegrias das vitórias e sofre com derrotas e, principalmente, com as gozações com os rivais.

Entre os alvirrubros, a maior parte "racional" (se é que podemos chamar torcedores apaixonados de racionais) tem a mesma visão dos dirigentes: o estadual é menos importante e é apenas uma preparação para o Brasileiro. Na teoria, está correto, mas, na prática, a coisa não é bem assim.

Qualquer torcedor, quando quer exaltar seu clube, sempre busca comparações com rivais. Muitas vezes, torcedores colocam como "conquistas" simplesmente não ter disputado uma divisão inferior do Campeonato Brasileiro que um rival já teve o desprazer de disputar. E o caso mais comum: comemoram uma derrota de um rival, mesmo que para outro time, muitas vezes de forma mais intensa que uma vitória do seu próprio time. E quando nos lembramos de vitórias inesquecíveis? Sempre tem uma vitória sobre um rival, não é verdade? Isso mostra que rivalidade, no futebol, muitas vezes é tudo.

Vejam o exemplo do Náutico nos últimos quinze anos. Nos acostumamos a ver times terríveis no estadual e alguns times memoráveis no Brasileiro. Aquela ideia de investimento maior no time do Brasileiro, já comentada antes. Neste período de 15 anos, vimos o Náutico conquistar dois acessos à Série A, em 2006 e em 2011. Foram dois anos de excelentes lembranças e de grande festa da torcida. Em um subconjunto deste mesmo período, houve um período de sete anos, em que o Náutico figurou na Série A por cinco vezes: 2007, 2008, 2009, 2012 e 2013. Só esteve fora da Série A em duas ocasiões, que foram 2010 e 2011. Ou seja, o objetivo maior, de fazer boas campanhas no Campeonato Brasileiro vinha sendo alcançado. Quem não lembra do grande time do  segundo turno de 2007, com Acosta sendo o artilheiro da Série A daquele ano? Ou do time de 2012, que obteve nada mais nada menos que 42 pontos na Série A, somente dentro dos Aflitos, conquistando o 12º lugar na classificação final, que foi a melhor colocação do clube no Brasileirão dos últimos 30 anos, coroado ainda por cima com vitória sobre o rival que o rebaixou na última rodada?

Foram muitos bons momentos no Campeonato Brasileiro, mas o torcedor alvirrubro não estava satisfeito. A torcida ainda estava incomodada com os insucessos justamente no campeonato considerado menos importante: faltava o Estadual. Neste período, o Náutico amargava um jejum de títulos. Parece contraditório. Enquanto o clube fazia boas campanhas no Brasileiro, era dito que o time vivia uma década de decepções. Os rivais partiam para as gozações. O torcedor sofria por algo pequeno (o desprezado estadual) e, muitas vezes, nem lembrava do desempenho nos campeonatos maiores.


Público recorde (42.352) entre clubes da Arena de Pernambuco na final do Estadual de 2018


De fato, ganhar o estadual não enche os cofres do clube de dinheiro, não coloca o clube nos telejornais esportivos nacionais, mas fazia uma falta danada. O torcedor sentia isso e sabia disso. A maior prova da importância que o Campeonato Pernambucano tem para o torcedor foi o público da final do campeonato de 2018. A final nem foi contra um rival, mas a timbuzada quebrou o recorde de público da Arena de Pernambuco em partidas entre clubes. Vi amigos de várias partes do país viajarem a Recife apenas para presenciarem aquele momento. Amigos de Cuiabá, Natal, Manaus e Fortaleza, só para lembrar dos meus amigos mais próximos, fora o tanto de gente que eu soube que viajou de tantas outras cidades.

Será o que Estadual realmente vale tão pouco assim? Financeiramente vale pouco, é verdade, mas o torcedor não vive de dinheiro. Torcedor vive de rivalidade. Pode estar lá na última divisão do Brasileiro, mas vencer os rivais no Estadual sempre lava a alma. É por este motivo que o Estadual nunca deixará de ser importante para o Náutico, nem para os coirmãos, muito menos para os torcedores. Enquanto existir rivalidade, ela estará mais fortemente representada em Pernambuco justamente no Campeonato Pernambucano, o nosso campeonato.

sábado, 18 de janeiro de 2020

A importância da 1ª fase do Pernambucano em 2020

Náutico, campeão de 2018, também líder na primeira fase

O Campeonato Pernambucano de 2020 começa neste fim de semana e o Náutico já começa com clássico. Um clássico na abertura do campeonato teria tudo para ser um grande motivador para as torcidas e, consequentemente, um jogo de grande público, mas não é isso tem acontecido nos clássicos das fases iniciais do campeonato estadual nos últimos anos. Pelo contrário: a primeira fase tem despertado pouco interesse, tanto pelos clubes, quanto pelo torcedor. 

Desde 2010, o Campeonato Pernambucano adotou a fórmula de mata-mata nas fases finais e a primeira fase se tornou um mero classificatório da qual os clubes praticamente não levavam nenhuma grande vantagem para a fase seguinte. Em 2010, os melhores colocados até jogavam por dois resultados iguais no mata-mata, mas, desde 2011, o regulamento prevê pênaltis em caso de igualdade e a vantagem tem quase que se resumido a ser mandante no jogo decisivo. Na prática, poderia se dizer que o campeonato só começava de verdade a partir da segunda fase.

Esta percepção de irrelevância da fase inicial tem sido evidenciada quando se compara, ano a ano, o "campeão da primeira fase" e o campeão do campeonato. De 2010 a 2017, quando o mata-mata previa dois jogos nas semi-finais e dois nas finais, apenas no primeiro ano, 2010, o primeiro colocado na fase inicial foi campeão. Coincidentemente, este foi o último ano em que a campanha da primeira fase dava vantagem na fase seguinte e o campeão foi decidido justamente pelo critério de desempate (melhor campanha na primeira fase), já que os placares das finais foram Náutico 3x2 Sport e Sport 1x0 Náutico. Em todos os anos seguintes, o regulamento passou a prever pênaltis em caso de igualdade, independentemente da campanha dos times. Em todos estes anos, de 2011 a 2017, o primeiro colocado da primeira fase não terminou o campeonato como campeão. Foram sete anos consecutivos assim. 

Já em 2018 e 2019, a previsão de pênaltis continuou, porém uma mudança sutil no regulamento valorizou um pouco a primeira fase. O campeonato passou a prever quartas-de-final. Além disso, as quartas e as semifinais passaram a ser realizadas em partida única com mando do time de melhor campanha. E aí reside o ponto chave. O time poderia até ser superior, mas decidir uma classificação na casa de adversário em jogo único representava um risco enorme. Até mesmo se os times fossem equilibrados, a vantagem do mando se tornava importantíssima. Não foi surpreendente que, em 2018, todos os quatro confrontos das quartas e os dois das semifinais terminaram com a classificação dos mandantes. Em 2019, o fenômeno só não se repetiu em um confronto das quartas-de-finais, quando o Santa foi eliminado pelo Afogados, no Arruda. Nos demais três jogos deste fase e nos dois das semifinais, vitórias dos mandantes. No total, nos dois anos, foram onze classificações dos mandantes, todas com vitória no tempo normal, e uma eliminação de mandante, neste caso, nos pênaltis. Nos dois anos, coincidentemente, o campeonato foi decidido, em duas partidas, pelos dois primeiros colocados na primeira fase e os campeões foram justamente os líderes da primeira fase: Náutico, em 2018, e Sport, em 2019.

Apesar do torcedor e os clubes não darem muita importância, colocando times reservas em algumas partidas, o histórico mostra que não se deve mais desvalorizar a primeira fase. Ter o mando de campo em confrontos de partida única é fundamental. Para 2020, uma nova mudança no regulamento aumenta ainda mais a relevância de uma boa primeira fase. Agora, os dois primeiros colocados "pularão" as quartas-de-finais e irão direto para as semifinais. Além disso, continuarão com o mando de campo em partida única nesta fase. Um risco a menos a correr.

Portanto, é preciso estar ciente da relevância da primeira fase. O Náutico terá, simultaneamente ao Pernambucano, jogos importantes da Copa do Nordeste e da Copa do Brasil. Poupar jogadores, muitas vezes, é necessário, mas não se pode exagerar. É preciso ter elenco qualificado e saber "rodar" o time na hora certa para conseguir uma boa classificação nesta fase e levar vantagem nas fases decisivas e, dessa fora, facilitar a caminhada rumo ao título.

domingo, 27 de novembro de 2016

O Náutico na crônica do três

TRÊS...

TRÊS pontos separavam o Náutico do G4.
Seria o final de TRÊS anos de Série B.
Dos times que subiram, vencemos TRÊS deles.
Metemos TRÊS gols no Avaí em casa.
E tomamos TRÊS deles na Ressacada.
Levamos TRÊS do Vasco no Rio.
Enfiamos TRÊS neles na Arena.
Até do Atlético uma vez levamos de TRÊS.

Na última rodada, TRÊS jogos interessavam: o da Arena, o do Maracanã e o de Goiânia.
O Maracanã viu TRÊS gols que não nos ajudaram.
Já Goiânia viu os TRÊS gols que era o que precisávamos.
Com isso, bastavam os TRÊS pontos na Arena.
Antes do jogo começar, a distância do acesso eram TRÊS pontos.
No intervalo do jogo, a distância já eram TRÊS gols.
TRÊS gols do Náutico que não vieram.
E com nossos TRÊS acessos na história continuamos.

terça-feira, 16 de fevereiro de 2016

Pênalti é com Júlio Cesar

Um ano e meio defendendo o gol alvirrubro. O goleiro Júlio Cesar chegou ao Náutico no segundo semestre de 2014. Estreou contra o Vasco da Gama, na Arena Pernambuco, e não mais saiu. Sua segurança rendeu status de titular absoluto até hoje. Defesas milagrosas deram-lhe crédito suficiente com a torcida até mesmo para cometer algumas falhas sem ser questionado. Das inúmeras boas atuações, o paredão alvirrubro se destaca justamente no momento mais difícil para o goleiros: as cobranças de pênalti.

Desde sua estreia até o começo de fevereiro de 2016, a meta Timbu foi ameaçada por dez pênaltis. Mas o gol adversário só foi concretizado em apenas três oportunidades. Júlio Cesar defendeu nada menos que metade dos pênaltis: cinco belíssimas defesas. Em outras duas oportunidades, o batedor tremeu na base ao ver o paredão à sua frente e desperdiçou a cobrança. Confira o histórico dos dez pênaltis:

1º pênalti: primeira defesa


No Campeonato Brasileiro de 2014, na Arena Pernambuco, diante da torcida, Júlio Cesar defendeu pênalti e garantiu a vitória parcial do Náutico no primeiro por 1x0 contra a ABC. O jogo terminou 2x1 para o Náutico.

2º pênalti: para fora

Na estreia no Campeonato Pernambucano de 2015, o Náutico enfrentou o Salgueiro. Lúcio teve a chance de abrir o placar, mas a presença do goleiro alvirrubro não o deixou tranquilo. Lúcio bateu para fora e Júlio Cesar chegou ao segundo pênalti sem sofrer gols.

3º pênalti: segunda defesa


Na Copa do Nordeste de 2015, no Estádio Castelão, contra o Moto Club, Júlio Cesar defendeu mais uma cobrança e, novamente, garantia uma vitória parcial no primeiro tempo. Júlio Cesar chegava a três pênaltis, ainda sem sofrer nenhum gol.

4º pênalti: terceira defesa


Novamente na Arena Pernambuco, dessa vez jogando contra o Santa Cruz, veio o quarto pênalti e a terceira defesa. Era o segundo tempo do clássico, válido pelo Campeonato Pernambuco de 2015. Júlio defendeu a cobrança do atacante Betinho e garantiu o empate em 0x0.

5º pênalti: primeiro gol sofrido

Demorou até que alguém conseguisse vencer o paredão em cobranças de pênalti. Somente no quinto pênalti, Júlio Cesar sofreu o primeiro gol. Anderson Aquino conseguiu a proeza de fazer o gol solitário da derrota do Santa Cruz por 2x1 para o Náutico, na Arena Pernambuco, pelo Campeonato Brasileiro de 2015.

6º pênalti: na trave

Na sexta cobrança de pênalti, mas uma vez, a bola não entrou. Na partida contra o Bragantino, o atacante tentou tirar a bola do alcance de Júlio Cesar e acabou tirando demais. Júlio Cesar pulou no canto certo, mas a bola acabou batendo na trave e saindo.

7º pênalti: segundo gol sofrido

O segundo jogador a vencer Júlio Cesar na marca penal foi Lucca, do Criciúma. Ele não quis arriscar e soltou uma bomba no canto direito do goleirão. Novamente, Júlio pulou certo no lance e a bola só entrou porque foi batida forte e no alto. Foi por pouco. Quase mais uma defesa.

8º pênalti: quarta defesa


Júlio Cesar voltou a brilhar na partida contra o América Mineiro. Sabendo da fama de pegador de pênalti, o atacante Marcelo Toscano usou a mesma tática de Lucca e bateu com força no canto direito, mas Júlio Cesar não cairia duas vezes seguidas na arapuca: voou e espalmou a bomba para fora, chegando a sua quarta defesa.

9º pênalti: terceiro gol sofrido

Novamente contra o Santa Cruz. Mais uma vez viria a cobrança forte? O atacante Bruno Morais teve que reinventar sua cobrança e conseguiu deslocar o paredão. Foi o terceiro e último gol de pênalti sofrido por Júlio Cesar nesta retrospectiva de dez.

10º pênalti: quinta defesa


No décimo pênalti, a quinta defesa. Agora já em 2016, pelo Campeonato Pernambucano, Júlio Cesar defendeu a cobrança do zagueiro Rogério, do Salgueiro, e garantiu a vitória por 1x0, para festa da torcida. Dessa forma, fechava a sequência de dez pênaltis com cinco defesas e sendo vencido apenas três vezes. Para fechar com chave de outro, em vez da foto, o vídeo da defesa feito no meio da torcida.

Assim ficou a retrospectiva:

PênaltiAdversárioResultado
1ABCDefendeu
2SalgueiroPara fora
3Moto ClubDefendeu
4Santa CruzDefendeu
5Santa CruzGol
6BragantinoNa trave
7CriciúmaGol
8América MineiroDefendeu
9Santa CruzGol
10SalgueiroDefendeu

Pênalti contra o Náutico? Chame Júlio Cesar!

terça-feira, 2 de fevereiro de 2016

Tarcísio, o Bonzão e os chatos

Em uma época não muito distante, o futebol pernambucano era bem mais animado fora das quatro linhas. As arquibancadas era coloridas por bandeiras, fogos e chuva de papel picado. Os clássicos tinham duas torcidas praticamente dividindo o estádio ao meio. Cada clube tinha diversas pequenas torcidas organizadas que só pensavam em fazer barulho com suas charangas (e não brigavam). Torcedores iam "a campo" fantasiados. A imagem mais comum de torcedor, nos anos 70 e 80, vestia a camisa do seu time e segurava um radinho de pilha colado aos ouvidos.

Ao longo dos anos, daquela época até hoje, a forma de se vestir e a forma como se comportavam nas arquibancadas produziram algumas figuras folclóricas. Vários torcedores tornaram-se famosos e entraram para história do futebol pernambucano: Zé do Rádio, Mister N, Cobrinha, Cabuloso, Papai Noel Alvirrubro, Jesus Tricolor, entre outros. Em 1989, um símbolo desse folclore futebolístico surgiu nas arquibancadas: o Bonzão. Um timbu em forma de boneco de Olinda, que frevava ao som da charanga da torcida Timbucana.

Era uma época romântica do nosso futebol. Romantismo que foi se perdendo, ao longo dos anos, por diferentes motivos. Como consequência, várias transformações ocorreram: as várias torcidas organizadas foram sumindo ou se fundindo. A Timbucana foi uma dessas torcidas que desapareceu e o Bonzão já não era mais visto nas arquibancadas. Cada clube passou a ter menos torcidas organizadas, porém, agora maiores e mais violentas. Durante esse tempo, bandeiras com mastro e fogos tiveram que ser banidos. Os clássicos passaram a ter torcida predominantemente do clube mandante e, à torcida visitante, coube apenas um setor pequeno e mal localizado nos estádios.

Dos torcedores famosos, Zé do Rádio era um desses e ficou famoso por ir àquele campo perto do mangue com um enorme rádio de pilha, que ele deixava no volume máximo justamente atrás do banco de reservas do adversário de seu time. A intenção, ele nunca escondeu: fazer barulho e infernizar o treinador do clube rival. Sua fama logo lhe rendeu o título de "torcedor mais chato do Brasil". Durante anos, Zé do Rádio foi exaltado por sua torcida e pela crônica esportiva pernambucana por tornar o futebol mais alegre. Mas Zé do Rádio foi morar no Céu e sua alegria parece não ter ficado aqui na Terra.

Já nos tempos atuais, parece que Zé do Rádio deixou um sucessor, mas que torce para outro time. Mais precisamente, Tarcísio da Buzina, torcedor do Salgueiro, que, também usa seu instrumento, uma enorme buzina, para fazer o mesmo que seu antecessor: infernizar o treinador visitante no Estádio Cornélio de Barros. Mas aquele romantismo de outros tempos, em nosso futebol, parece que foi esquecido. Quem diria que, na primeira rodada do Campeonato Pernambucano de 2016, Tarcísio da Buzina seria alvo de críticas e protestos justamente do treinador do time de Zé do Rádio? Pois aconteceu. Durante a coletiva de imprensa, Falcão falou mais do incômodo com a buzina do que deu explicações para a derrota de seu time. Logo ele, um ex-jogador acostumado a jogar em grandes estádios, lotados, e, consequentemente, barulhentos. Pasmem! Falcão reclamou que era um desrespeito um treinador não conseguir conversar com seu comandados.

site: globoesporte.globo.com
E quem diria que o folclórico Tarcísio seria criticado até por reportar(es) esportivo(s)? Logo a imprensa, que gosta de relembrar os tempos bons do futebol e que sempre exaltava Zé do Rádio, agora passou a engrossar o coro de Falcão. Como exemplo, basta conferir a crítica do repórter e blogueiro Wellington Araújo, em sua conta no Twitter, chamando o torcedor mais famoso do Sertão pernambucano de palhaço.

Twitter do repórter Wellington Araújo
O futebol realmente está ficando chato. Ou, talvez, sejam as pessoas. Estas, sim, devem estar ficando chatas. Não Tarcísio. Se a buzina fosse chata, não haveria torcedores ao lado de Tarcísio nas arquibancadas. Se Tarcísio fizesse mal ao futebol já teria sido banido pelo torcedores do próprio Salgueiro há muito tempo. Desculpem-me, Falcão e Wellington, para o bem do futebol, precisamos de mais Tarcísios nos estádios para mantermos vivo o lado bom do futebol, que tem sido esquecido ao longo dos tempos.

Felizmente, nem tudo é só tristeza. Nessa mesma rodada, marcada pelo protesto contra a buzina, um desses protagonistas de momentos bons do futebol de tempos passados ressurgiu. O Bonzão, da Timbucana, voltou às arquibancadas. Dançou muito frevo na Arena Pernambuco, posou para fotos e fez a festa da torcida alvirrubra, como vemos no vídeo a seguir.


O Bonzão mostrou que a esperança por dias mais alegres no futebol ainda existe. Apesar dos chatos que querem tornar o futebol chato.

quinta-feira, 26 de novembro de 2015

A verdadeira batalha vencida nos Aflitos

Há 10 anos, o Clube Náutico Capibaribe começava a viver um dos momentos mais marcantes de sua história. Iniciava ali, em 26 de novembro de 2005, a Batalha dos Aflitos. Exatamente. Iniciava. Para os cineastas gaúchos, e para pobres adversários, a Batalha durou apenas um dia. Mero engano. Porque a Batalha durou quase um ano e só terminou mesmo em 18 de novembro de 2006, com um final feliz.

Normal que os gaúchos pensassem assim. Afinal, eles foram meros atores coadjuvantes. Já o ator principal (o Náutico) sempre participa da epopeias do começo ao fim. Em 2005, o sonho de voltar à Primeira Divisão após onze anos foi interrompida de forma trágica. Trágica, mas não definitiva. Definitiva se fossem com um clube qualquer, com uma torcida de modinha qualquer. Não definitiva para um clube maior que qualquer derrota e não definitiva para uma torcida apaixonada que sempre está com seu clube nos bons e nos maus momentos. Qual torcida permaneceria junto com o clube após uma derrota marcante? Poucas. Afinal, encher estádio nas vitórias é fácil. Mas ter uma torcida que está com o time em todos os momentos, é para poucos. E o Náutico é um desses poucos.

Após a derrota no início da Batalha, o Náutico mostrou que não é um clube qualquer. A torcida não se afastou. O clube se reergueu, levantou a cabeça e continuou a Batalha. Remontou o time. A torcida, ferida, lavou a camisa e voltou a vesti-la. O Náutico e sua torcida foram em frente. A batalha ainda não estava perdida. O sonho da volta à Primeira Divisão permanecia vivo. O primeiro degrau foi estrear no Arruda, de portões fechados, como punição injusta pela confusão causada pelos gaúchos no primeiro dia da batalha. Logo com quinze minutos, dois a zero para o Brasiliense. Resultado final: 3x2 para o Náutico. Já na primeira partida, o Náutico mostrava que aquele seria o ano da virada e mostrava que estava ali para vencer a batalha. E foi assim até o final do ano. O Náutico entrou no G4 na oitava rodada e dele não saiu mais. Os Aflitos, famoso por dar nome a Batalha, foi um aliado excepcional. Foram 15 vitórias em 18 jogos e apenas 1 derrota.


Foi quando chegou o dia 18 de novembro de 2006. No mesmo estádio dos Aflitos. A mesma torcida (aquela que nunca o abandonou) estava lá para superar seus traumas e ver a batalha ser vencida. Com um 2x0 no adversário vermelho e preto, vencemos a batalha. Exorcizamos os nossos fantasmas. O Náutico estava de volta à primeira divisão após 12 anos. A espera terminou e aquele 26/11/2005, no final das contas, foi apenas um adiamento. Serviu apenas para mostrar que, em menos de um ano, teríamos força e capacidade de nos recuperar. A verdadeira Batalha dos Aflitos foi vencida de forma brilhante. E no final virou filme, cujo trailler está acima. Como diz o filme: "Ali onde eu chorei qualquer um choraria. A volta por cima que eu dei, quero ver quem daria."

domingo, 3 de maio de 2015

Um Dia no CT


No sábado, 02 de maio, o Náutico realizou o primeiro passeio da promoção Um Dia no CT. Vinte e cinco sócios foram contemplados com um tour guiado pelas dependências do Centro de Treinamento Wilson Campos, na Guabiraba. Eu fui um dos sorteados e fiz questão de ir acompanhado pelo filhão.

O passeio começou com a saída da sede do clube, nos Aflitos, às 9 da manhã. O trajeto até o CT foi feito no TimBus, o ônibus oficial do clube. 



Quando chegamos ao Centro de Treinamento, o ônibus passou bem ao lado do campo onde o elenco profissional realizava um treinamento. O ônibus seguiu direto para o hotel, que serve de concentração para elenco profissional e das divisões de base. Lá, fomos recebidos pelo Superintendente do CT, Daniel Hazin, acompanhado do pessoal da Náutico TV, que filmou todo o nosso passeio. Logo na recepção, todos os sócios participantes da promoção ganharam um boné como brinde.


Em seguida, todos seguiram para conhecer a estrutura do hotel. Passamos pelo setor da academia de musculação e vestiários dos atletas. O famoso roupeiro Araponga estava por lá também. Conhecemos a sala onde os números e patrocínios são prensados nas camisas.







Seguindo a programação, fomos ao primeiro andar, onde foram apresentados os quartos dos jogadores e o salão de jogos. Todos quartos duplos, com TV e ar-condicionado. As camas muito bem forradas com lençóis estampados pelo símbolo do clube. Bem bacana.

O salão de jogos estava equipado com mesas de ping-pong, sinuca e totó. Esse foi um dos locais preferidos pelas crianças. Nem precisa perguntar o porquê.
Ainda no primeiro andar, conhecemos a sala onde os dirigentes se reúnem para tratar de diversos assuntos referentes ao elenco, como contratações, entre outros. Lá, o grupo foi apresentado ao vice-presidente executivo operacional, Durval Valença Filho. Depois conhecemos a sala onde fica o departamento responsável por catalogar estatísticas e o desempenho dos atletas.

O próximo local conhecido foi o refeitório dos jogadores, onde um lanchinho estava nos esperando. Lá conhecemos a nutricionista responsável pela alimentação de todo o elenco de profissionais. As cozinheiras já estavam preparando o almoço dos jogadores, que estavam prestes a terminar o treinamento da manhã.



Após o lanche, conhecemos a sala onde ficam armazenadas as gravações dos jogos. Em seguida, fomos os auditório, onde diretores do CT e responsáveis pelo marketing do clube bateram um papo com todos os presentes. Os diretores contaram rapidamente a evolução do CT, desde os tempos em que o terreno era apenas um monte de mato e barro, passando pela dedicação de abnegados até se transformar no que é hoje. Também falaram sobre o custo de manter todo a infra-estrutura, que é bem cara, mas que tem sido integralmente custeada através de repasses mensais de 50% da receita do Conselho do Clube (definido em regimento) e, principalmente, das escolinhas. 


Sobre o hotel, os diretores explicaram que sua conclusão coincidiu com o início da gestão atual. Uma vez que o prédio era novo, faltava mobiliá-lo. O grande desafio desta gestão foi equipá-lo para dar condições de uso, como hoje está. Sobre as escolinhas, foi comentado que elas são uma grande fonte de receita. Hoje a mensalidade é a maior dos três clubes da capital, porém com quantidade de inscritos bem superior. 

Os sócios fizeram diversas perguntas sobre o CT, os planos para futuro e sobre o clube de forma geral. Os diretores contaram que o CT possui um plano diretor com os indicativos do que ainda falta ser construído. Hoje, o CT, além do hotel, conta com cinco campos para treinamento do elenco profissional, das categorias de base e das escolinhas. Ainda estão previstos mais dois campos oficiais e também a construção de uma infraestrutura para lazer dos sócios, como um clube de campo, com piscinas, quadras de tênis e minicampos.

Foi um papo bem proveitoso, tanto que até se estendeu além do previsto, diante de tantas perguntas e da interação geral. A demora além da conta foi até boa, pois alguns jogadores, após o treinamento, apareceram no auditório para nos saudar. Acompanhados por Kuki, chegaram o goleiro Júlio César e os recém-contratados Fabiano Eller e Ronaldo Alves. Neste momento, foram feitos sorteios de brindes e meu filho, inclusive, foi contemplado com uma bola entregue por Fabiano Eller. 

É claro que não faltaria a sessão de fotos no final. 



Após o encerramento, o tour seguiu para a área externa. Fomos caminhando, a partir do hotel, até os campos de treinamento. Pudemos passar por todos e paramos no campo principal, o mais usado pelos profissionais. Foi o momento de pisar no gramado, o mesmo usado na Arena, e também poder bater uma bolinha.


   


   

Esta foi a primeira edição do Um Dia no CT. Outras estão previstas nos próximos meses. Muito além de um simples evento, iniciativas como estas precisam ser realizadas com mais frequência para poder atrair novos sócios e incentivá-los a continuar ajudando o clube. Não se pode depender apenas da boa vontade e da paixão do torcedor ou dos resultados dentro de campo. É preciso uma contrapartida. É preciso poder usufruir do clube. É preciso sentir que o clube lembra de você e proporciona momentos como este, onde abre suas portas para recebê-lo, e onde você possa se sentir em casa.

Tomara que os dirigentes do futebol e do marketing continuem criando iniciativas como esta. Neste dia, pudemos ver senhores, adultos, jovens e crianças todos juntos, vivenciando o Clube Náutico Capibaribe. O futuro do clube depende de cuidar de seu maior patrimônio: sua torcida.

terça-feira, 3 de fevereiro de 2015

Nosso futebol buscando e perdendo dinheiro

A polêmica da pré-temporada no futebol pernambucano foi a questão do mando de campo na Arena Pernambuco. Mas se engana quem acha que o assunto a ser comentado será este. Existe algo por trás dessa polêmica que chama a atenção, apesar de não ter sido debatido na mídia esportiva: a questão do dinheiro. Por trás de toda argumentação e dos questionamentos dos clubes, pareceres favoráveis e protestos, estava o olho grande no dinheiro. A questão técnica ficou em segundo plano.



Em Pernambuco, os principais clubes têm seus próprios estádios e, jogando em casa, é onde conseguem seus melhores resultados, mas os dois principais adversários do Náutico abriram mão de jogar nas suas casas, onde tenderiam a conseguir melhores resultados, para jogar na Arena do Governo. Por que? Pelo dinheiro.

Ambos escolheram, inclusive, mandar seus jogos contra o Náutico, na Arena, que é onde o Náutico manda seus jogos. Na teoria, ótimo para o Náutico que, apesar da torcida adversária estar em maioria, já que o mando é dos adversários, teria os jogos realizados no campo onde joga e está mais acostumado. Mas a questão técnica ficou de lado. O Náutico protestou, bateu o pé e não aceitou. Por que? Mais uma vez pelo dinheiro. O clube votou contra apenas para pleitear uma melhoria nos valores do seu contrato com o Consórcio Arena Pernambucano.

E a Federação Pernambucana? Convocou um Conselho Arbitral para decidir a questão, mas, diante de um resultado desfavorável, deu uma "canetada" e passou por cima da decisão do Conselho. Por que? Mais uma vez para ganhar mais dinheiro, já que jogos na Arena têm rendas maiores e, consequentemente, maior valor no percentual que cabe à Federação.

Arena Pernambuco: onde todos querem jogar por dinheiro
É fato que o produto futebol, a cada ano, tem se tornado cada vez mais caro. Salários de jogadores cada vez maiores, taxas de regularização de jogadores, desconto das Federações nas rendas dos jogos, taxas de arbitragem, impostos, entre outros, fazem com que os clubes façam malabarismos para manter as contas em dia. Não é de espantar que clubes abram mão de jogar em casa para jogar onde consigam melhores condições financeiras. No Brasileirão, não faltaram clubes levando jogos para Brasília, Cuiabá e Manaus, por exemplo. Por que? Única e exclusivamente por mais dinheiro.

É algo inevitável, mas, neste novo contexto do "vale tudo por dinheiro", também chama a atenção uma regrinha que faz os clubes perderem dinheiro: a regra da cota mínima de ingressos para visitantes. Parece um contrassenso, quando os clubes mais precisam de dinheiro, os regulamentos das competições limitam a presença de uma torcida adversária a uma pequena quantidade. Ora, se os clubes querem dinheiro, por que jogar o Campeonato Pernambucano com apenas 20% dos ingressos para visitantes? Na prática, impedem que um público consumidor possa frequentar seu evento. É perder dinheiro. Nesta situação é impossível não recordar do futebol até a década de 90.

Foi naquela época que comecei a frequentar estádios de futebol. Na grande maioria das vezes, só ia para os clássicos, não importava em que estádio. Não exista a regra do 80% para o mandante e 20% para o visitante. Na verdade, nem existia ingressos por torcida. Os ingressos ficavam a venda e quem comprasse iria pro jogo. Era bonito ver os clássicos com duas torcidas dividindo o estádio praticamente ao meio. O mandante só tinha mais torcida por causa das sociais e das cadeiras, mas os demais setores ficavam repletos por duas torcidas. Tenho uma teoria que a presença das torcidas em praticamente igual quantidade era uma das causas de existir menos brigas naquela época, mas isso será tema para outro artigo. Aqui, o que é relevante é pensar: por que esta restrição de 80-20 foi criada? Por causa da violência? Mas a violência começou (ou só aumentou) somente após esta restrição. Não é contraditório e anticomercial, ou seja, perder dinheiro?

Enquanto as respostas não chegam, a indagação deve perdurar. Dessa forma continuaremos convivendo com esta contradição por bastante tempo: clubes mudando seu mando campo para ganhar mais dinheiro ao mesmo tempo que perdem dinheiro ao limitar a presença de torcedores.

quarta-feira, 21 de janeiro de 2015

Bar do Náutico agora é FuTimBlog!

Um novo tempo, um novo nome, um novo blog. O blog Bar do Náutico agora é FuTimBlog. Uma nova temática será abordada no blog. Saem as histórias do meio fictício, meio real, Bar do Náutico, e entram as opiniões e histórias relacionadas ao Náutico e ao futebol em geral, com foco no futebol pernambucano, isto é, no futebol em torno do Timbu.


As histórias do Bar do Náutico continuam registradas no bar. A partir de agora, uma nova fase começa a ser contada. Aguardem!

terça-feira, 24 de setembro de 2013

Fechado para balanço

2013 não foi um ano bom. Ainda estamos em setembro, mas o ano do Náutico já acabou faz tempo. Os reflexos disso estão sendo sentidos no Bar do Náutico. O público sumiu, o lucro caiu e até assunto faltou para contar.


Por isso, o Bar do Náutico fechará para balanço e voltará quando este Campeonato Brasileiro acabar. Voltaremos em 2014 com modificações. A temática será a mesma, mas a abordagem será diferente. Mais opiniões, mais estatísticas, mas sempre comentando o Clube Náutico Capibaribe. O próximo ano certamente será melhor para o Náutico e para o bar. Continuaremos a beber juntos.

Que venha 2014! E venha logo!

segunda-feira, 13 de maio de 2013

Eu vi. Tu "vice"?


Homenagem ao tri-vice pernambucano:


EU VI. TU "VICE"?

Riste de mim antes da hora.
Esta foi tua maior tolice.
Tua torcida agora chora.
E nós que rimos do tri-vice.

Achava o time uma maravilha.
E que sairia vitorioso.
E mais uma vez dentro da ilha.
Acabou vice de novo!

Disseste que ganharia o pernambucano.
Mas o que foi que eu te disse?
Entra ano e passa ano.
Todos sabem quem é o vice.

Se o campeonato eu não ganhei.
No final continuo contente.
Ano passado te rebaixei.
E hoje és vice novamente.

E como tudo pode piorar.
Muita raiva ainda vais ter.
Vais me invejar na Série A.
Enquanto jogarás a Série B.

Para terminar a gozação.
Ainda tem mais uma rima.
Vamos todos rir do leão.
Porque ser vice é sua sina.

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

Cordel ao Secador

CORDEL AO SECADOR

Na última Copa do Brasil.
Perdeu para o Paysandu.
Goleado dentro do seu canil.
Até com gol de Pikachu.

No último campeonato estadual.
Aí é que foi hilário.
Dentro de casa, perdeu a final.
Bem no dia do aniversário.

No último Campeonato Brasileiro.
Foi um sofrimento arretado.
Ficou na zona o campeonato inteiro.
E terminou mesmo foi rebaixado.

E na Copa do Nordeste.
Nem assim, o time vence.
Eliminado dentro de casa.
Por um tal de Campinense.

Resta-lhes chorar na cama.
E me invejar o ano inteiro.
Vou jogar Sul-Americana.
E Série A do Brasileiro.

E para começar bem ano.
Até secando, estão sem graça.
Pois no 1º turno do pernambucano.
O timbu já levou a taça.

domingo, 3 de fevereiro de 2013

Perder pela Sul-Americana. Vale?

Não era dia de jogo, mas era dia de amigos se reunirem para tomar uma (ou duas, ou três, ...) e bater um bom papo. Papo sobre o timbu, é claro! Enquanto a galera ia chegando, dois alvirrubros já iniciavam os trabalhos.

- Saiu a tabela da Copa do Brasil 2013, você viu?
- Vi sim, Júnior. Pegaremos o CRAC. Passando, tem o vencedor de Bangu x Betim e, depois, provavelmente o Santos.
- Contra o Santos é a última fase antes das oitavas. Se passar, não joga a Copa Sul-Americana. Se for eliminado até o jogo do Santos, vai para a Sul-Americana.
- É só abrir pro Santos então.
- Pô, cara, mas torcer para o time perder só para jogar a Sula? Não consigo torcer contra.
- Mas, pela Copa Sul-Americana, vale a pena.
- Por mim, quero ver ganhar sempre, mesmo que não jogue esta competição.
- Que nada! É uma competição internacional. Há muito tempo não jogamos uma competição assim. Além do mais, Copa do Brasil tem todo ano.
- Sim. E Copa Sul-Americana também não tem todo ano?
- Tem. Mas para chegar nela é mais difícil.
- Para mim, toda competição é importante. Ir bem ou ganhar a Copa do Brasil é tão ou mais importante que ir bem ou ganhar a Sul-Americana. Se fosse para jogar a Libertadores, talvez desse para discutir, mas Sul-Americana...
- Ôxe! Copa Sul-Americana é internacional. Vai divulgar ainda mais o nome do nosso time no cenário internacional. Além do mais, seremos o primeiro time do estado a jogar esta competição. Poderemos zoar nossos rivais. Pode esquecer a Copa do Brasil.
- Grande coisa! Se for por reconhecimento, ganhar a Copa do Brasil dá um reconhecimento muito melhor. Ganharemos espaço no noticiário "nacional sulista" da mesma forma. Na Sul-Americana vamos aparecer nos jornais de onde? Do Peru, da Venezuela?
- Nem se compara, pô, Copa do Brasil com Sul-Americana!
- Claro que a Copa Sul-Americana é um título continental, mas ter que perder para poder jogá-la é o cúmulo. Com esse novo regulamento classificatório, jogá-la é como se fosse um consolo para perdedor. Se fosse como antigamente, seria diferente, tinha que lutar para entrar. Antes iriam os grandes times. Agora, os grandes do Brasil estarão na Copa do Brasil, o que a torna muito mais valorizada. Enquanto isso, a Sul-Americana fica com os perdedores, perdendo assim grande parte do seu valor. Imagina que reconhecimento teremos de ganhar uma competição onde só participam os perdedores do Brasil.
- Não! Não! Mas a Sula não é só feita de times do Brasil. Tem os times de todos os outros nove países que formam a Conmebol. Continua sendo importante.
- Nada. Para mim, a Sul-Americana sempre foi uma "Série B" da Libertadores. Agora, será a "Série B" da Copa do Brasil também. Para jogá-la, tem que ser "rebaixado" na Copa do Brasil. Tem atrativo nenhum isso.
- Bicho! Não concordo contigo.
- Eu realmente não sei o porquê de ter tanta gente na nossa torcida tão empolgado com esta competição.
- Eu já te falei e vou repetir. É uma competição internacional, que nunca participamos. Isso já é motivação demais.
- Já pensaste na vergonha que nosso time pode passar nacionalmente ao entrar em campo para perder do Santos, só para entrar na Sul-Americana?
- Vergonha por quê?
- Por que nenhum time grande faria isso. O Santos mesmo, certamente, vai querer nos vencer para continuar na Copa do Brasil. Essa Sul-Americana é uma competição em que, ao longo do anos, muitos times brasileiros botaram times reservas para priorizar o Brasileirão...
- Não! Isso aconteceu sim. Mas só no começo. Quando passam de fases, logo começam a botar os times principais.
- Imagina a situação: a gente vai bem na Copa do Brasil, aí perde de propósito para o Santos, vai para Sul-Americana e é eliminado na primeira fase. Que grande bosta!
- Aí faz parte! Futebol é uma competição. Vencer ou perder fazem parte do jogo.
- Mas voltemos ao principal. Nenhum time grande do Brasil vai perder de propósito para jogar uma competição desta. Acho vergonhoso.
- Por mim, o Náutico poderia jogar toda a Copa do Brasil com o time Sub-20. Jogaria para "ganhar", já sabendo que vai perder. Seria bom para os garotos também pegarem mais experiência.
- Aí não dá mesmo. É melhor nem entrar deste jeito.
- E jogar logo a Sula, né?
- Se a ideia for jogar a Sula, sim, seria melhor nem entrar na Copa do Brasil. Mas, se vai entrar, vamos jogar sério e encarar com vontade para ir até o mais longe possível. Quero ver meu time jogando para vencer. Que se dane a Sul-Americana.
- Bicho, que se dane a Copa do Brasil. Isso tem todo ano. A gente batalhou muito ano passado no Brasileirão para se classificar. Agora vai jogar tudo pro ar?
- Com esse novo regulamento, entrar na Sul-Americana agora será a coisa mais fácil do mundo. A partir de agora, Copa Sul-Americana para gente também vai ser praticamente todo ano. Acabou o "grande mérito" de classificar-se. É a Série B da Copa do Brasil.
- Tu estás em doido!
- Só você que não vê isso.
- Só você que pensa diferente. Toda nossa torcida pensa como eu.
- Acho que não chegaremos a um consenso hoje.
- Quanto a esse assunto, também acho. Mas para concordarmos em alguma coisa hoje, vamos lá: cerveja quente ou gelada!
- Gelada, claro!
- Eu também. Pronto, concordamos!
- Só assim, mesmo.
- Sua vez. Pega a cerveja lá! Aliás pega duas!
- Não. Pega você!
- E viva a Copa Sul-Americana!
- Copa do Brasil!

quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

Virada espetacular: 3x2 no Figueirense

29 de agosto de 2012. Clima de despedida no Bar do Náutico para mim, prestes a passar um tempo ausente. Naquela noite, Náutico e Figueirense abriam o segundo turno do Campeonato Brasileiro. A galera foi chegando cedo.

A galera em mais um jogo do Timba!
- Hoje vai ser 3x0. É pau no lanterninha do campeonato.
- Para mim é 2x0.
- Vai ser 4x0. Dois gols de Kim. KKKK
- Esse jogo tem cara de 3x2.
- Pô, Júnior. Que pessimismo! É o lanterna.
- Nada. Esses jogos assim, com cara de fácil, o Náutico adora complicar.
- Coisa nenhuma. É 5x0.

Quando o jogo começou, o pessoal ainda discutia quando Kim foi derrubado na área. Penalti!

- Penalti!!!
- Penalti?
- Olha ali o pessoal chegando. Corre que vocês ainda conseguem ver o gol!

O pessoal que chegava atrasado correu para ver a cobrança, mas Araújo tratou de decepcionar a todos. O goleiro Wilson defendeu.

- Vai te lascar. Perder um pênalti com 2 minutos de jogo.

A galera revoltada no bar e o time nervoso no campo. Dez minutos depois, Marlon e Gideão não se entenderam e entregaram um gol de graça para Caio. 1x0 Figueirense.

- Que falha de Gideão.
- A culpa foi de Marlon. Saltou e fez um corta-luz em cima do goleiro.
- E tudo isso por causa do pênalti perdido.

O time continuava nervoso e não se encontrava. O Figueirense tocava melhor e bola e envolvia fácil nossa defesa. Alguns minutos depois, após ótima troca de passes, o Figueirense fazia o segundo. Aloísio. 2x0. Até o fim do primeiro tempo, o panorama continuou o mesmo, com o Figueira ainda perdendo chances de ampliar a vantagem.

- Não acredito no que estou vendo. Um time bosta desse vencendo fácil na nossa casa.
- E a gente falando em goleada...
- Quem vai entrar neste segundo tempo?
- Rogerinho e Lúcio no lugar de Kim e Douglas Santos.
- Vamos ver no que dá.

No segundo tempo, a história foi outra. As modificações surtiram efeito e o time cresceu demais. O Figueirense foi encurralado e a pressão era toda do Timbuzinho. Com menos de 10 minutos, Elicarlos trazia de volta a alegria ao bar:

- Gooooolllllllllll.
- É gooollllllll, baralho!
- Gol, pombas!
- Goooooooollllllllllllllllllllllllll!

A confiança voltou à torcida. O jogo agora era nosso. Gideão virara mero espectador e só o Náutico jogava. Alguns minutos depois, o bar veio abaixo.

- Agoraaaa.... Fazzz!
- Goooolllllllll!!!!!!
- GGGGOOOOOOLLLLLL!
- GGGGOOOOOOLLLLLL!

Era o gol de empate. Elicarlos de novo. Logo ele, que, naquela noite, jogava com a camisa 150, em alusão a sua centésima-quinquagésima partida.

- Desce a grade que agora eu vou tomar todas.
- Desce duas. Esse timbu é demais. Pra mim era jogo perdido.
- E agora, que empatou cedo, vamos para a viradaaaaa!

Timbuzinho tomando todas
Os alvirrubros estavam eufóricos. O timbuzinho, como se vê acima, já tomava todas. As chances da virada foram se sucedendo. O goleiro do Figueirense salvava o time. Na melhor chance, salvou o chute no cantinho de Martinez. Faltava pouco para virada. E ela veio.

- É falta agora.
- Lúcio vai cruzar.
- ...
- Impedido.
- Tá valendo, meu!
- Gooooolllllllllll!
- Foi gol?
- Posição legal! É golllllllll!
- Gol!
- GOOOOOOOOOOOLLLLLL!
- GGGOOOOLLLLLLLLLLLLLL!
- Eneeeeeeeeeee!
- A!
- UH!
- Tê!
- I!
- Cê!
- Ó!
- Ene! A! UH! Tê! I! Cê! Ó!
- Ene! A! UH! Tê! I! Cê! Ó!

- NÁUTICO! NÁUTICO! NÁUTICO!

E que virada! Eram só 23 minutos. Souza, em posição legal, recebeu e fuzilou. Até quem estava no bar teve dúvidas, mas era o terceiro e legítimo gol do Timba. Virada espetacular. Até o fim do jogo, a galera estava em êxtase com o grande segundo tempo. Destaque para a grande partida dos reservas que entraram no segundo tempo: Lúcio e Rogerinho. E também para o homenageado da noite, com dois gols no jogo: Elicarlos.

Fim de jogo e já dá para imaginar a festa que foi no bar.

Resultado do jogo explícito nesta mesa
- Eu falei que iria ser 3x2, lembram?
- Pior que falou mesmo. Que jogo meu velho!
- E não esperava nem mais o empate depois daquele primeiro tempo.
- Agora são 12 pontos na frente da coisa.
- Cadê a cerveja! Cadê a cerveja!

Uma vitória espetacular naquela noite. Depois do jogo, ninguém queria mais ir para casa. A noite foi pequena, mas a cachaça foi grande.

quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

Empate na Ilha e um estranho no bar

No dia 26 de agosto de 2012, chegava ao fim o primeiro turno do Campeonato Brasileiro. E esta rodada ficou reservada para o clássico contra o time tricolor da ilha. Não tinha como o Bar do Náutico não encher. Mas a discussão da semana era: podia ou não levar um amigo rubro-negro-amarelo.

- Não, ele é rubro-negro. Tem que ter cuidado com este tipo de gente!
- Mas ele é meu amigo de infância.
- Se ele for eu não vou. O bar é do Náutico. Vai ter confusão.
- Ele veio me visitar e está em Manaus na minha casa. Não dá para ir e deixá-lo de fora.
- Tua casa de pay-per-view. Ele assiste lá só.
- Levar rubro-negro-amarelo dá um azar arretado.
- Eu já disse a ele que será preciso se comportar e ficar caladinho.
- Duvido ele ficar calado. Melhor tu também não ir.
- Gente deixem de confusão. Fernando, tu vai ver o jogo com a gente e vai levar ele sim. Mas avisa que ele tem que ficar calado, sentado na última cadeira e não pode vibrar. Ah, e tem que ficar servindo nossa cerveja.
- Beleza.Vou avisá-lo.
- Ó, mas nada de camisa vermelha, preta e amarela!

Alvirrubros e intruso rubro-negro-amarelo à esquerda
A discussão foi grande, mas, no final, o intruso foi aceito. Com restrições, mas foi. No dia do jogo, ele chegou desconfiado, quietinho. Como tinha que ser. Se era minoria no bar, o adversário tinha maioria da torcida no estádio, pois jogava em casa.

- Vamos vencer hoje lá dentro e quebrar o tabu.
- Vai ser 3x0. 3 de Kiesa.

O timbu tinha nove pontos de vantagem. O adversário estava na zona de rebaixamento. Tudo conspirava  para mais uma vitória, mas, já dizia o ditado: clássico é clássico. O que se viu foi um começo de jogo equilibrado e, depois, um domínio maior do Sport.

- Caramba. Estamos só levando pressão.
- Ó praí! Caramba. Na trave!

A pressão aumentava.

- Eita, pô. Não!
- Gideãããõooooo!
- Isso é que é um goleiro.
- Que defesa extraordinária.

Zero a zero foi lucro no primeiro tempo. No segundo tempo, o panorama não mudou. De novo um começo equilibrado logo seguido por domínio do adversário.

- Droga. Perdemos Kiesa machucado.
- Agora vai ficar difícil. Vai entrar Kim.
- Vamos rezar para acabar logo.
- Eita! Não!
- Na trave de novo!

O tempo foi passando e, apesar da pressão, o jogo ficou mesmo no zero a zero. O jogo do Timbu não encaixou, mas a fase do adversário não era das melhores. Foi apenas o terceiro jogo em que o Timbu conseguia pontuar fora de casa. Ponto para a gente e azar deles. Bem feito.

No final, nem a gente nem o amigo (???) rubro-negro saíram comemorando nem chorando. Tudo acabou em paz. Ainda bem. O cara era gente boa, apesar de torcer para o time errado.

quarta-feira, 2 de janeiro de 2013

Martinez é o nome do golaço! Náutico 1x0 Bahia

Chegou 18 de agosto, dia de encarar o Bahia, times "dos donos" do Bar do Náutico. É, mas se o bar era um recanto tipicamente baiano, o que não faltava era alvirrubro.

- Será que os baianos virão?
- Se vierem vai super lotar.
- Por via das dúvidas, vou logo é tratar de pegar meu lugarzinho aqui perto da TV.
- Hahahaha. Pois eu prefiro é ficar aqui perto do freezer...



A possibilidade de duas torcidas no dia do jogo existia, mas só deu alvirrubro mesmo. Essa galera aí invadiu o bar e até a estátua baiana teve que se vestir com nossa cor vermelha de luta.


O jogo foi duro. Amarrado. Truncado. No primeiro tempo, foram poucas as chances de gol.

- Está difícil este jogo.
- Mas também, com o Náutico desfalcado, né?
- Mas tanto Dadá quanto Rogerinho estão dando conta do recado.
- Olha agora. Vai, Rhayner!
- Uhuuuuu. Quaaaase!
- Tem que aproveitar melhor estas chances. Estamos jogando melhor.

Apesar da forte marcação o Náutico jogava com mais perigo. Mas, no primeiro tempo, a defesa do Bahia foi mais eficiente e o jogo foi para o intervalo no 0x0 mesmo. Veio o segundo tempo e o Bahia resolveu querer jogar e ameaçou bastante, principalmente na bola parada.

- Outra falta.
- Essas bolinhas na área são um Deus-nos-acuda!
- A defesa é uma mãe. Nunca tira.
- Olha aí!
- Gideeeeããããooo!
- Isso é que é um goleiro. Que defesa arretada.

O Bahia começava a crescer no início do segundo tempo. O Náutico demorou quase 20 minutos para "voltar para o segundo tempo". A partir daí a pressão voltou ao nosso lado.

- Peraê que esse jogo está muito difícil. Deixa eu colocar o Timbuzinho aqui junto do santuário para resolver.


O Timbuzinho deu sorte. O Náutico voltou a comandar o jogo. A pressão aumentava. O Bahia já não ia tanto ao ataque e o Náutico pressionava. Pressionava, pressionava, mas o gol não saia.

- O Bahia vai botar Ciro.
- Oxe... essa bicha não faz nada não.
- Olha o cabelinho da moça.... Hahahaha.

De fato, Ciro não tocou na bola. O jogo caminhava para o final e nada de gol. As chances iam aparecendo e sendo desperdiçadas. Foi aí que surgiu o lance genial da partida. Coube ao maestro Martinez, num lance de rara genialidade, decidir a partida. Já eram 43 minutos dos segundo tempo. O capitão recebeu na intermediária, avançou dando duas ajeitadinhas na bola, o olhou para o gol e soltou um limão, indefensável, na gaveta. Golaço!

- GOOOOOOOOLLLLLLLL!

O bar veio abaixo. Chute na veia. No fim do jogo. Onde o goleiro nunca pegaria. Era o gol da vitória. A segunda consecutiva. Aí só restava comemorar. O timbu já atingia sua melhor pontuação no primeiro turno da era dos pontos corridos na Série A. E ainda faltava um jogo. O time que era apontado como mais forte candidato ao rebaixamento mostrava que era muito forte nos Aflitos. Já chegava a quatro vitórias seguidas em casa e ainda mais sem tomar gols. O Timbu estava forte e nós orgulhosos. Que viesse o Sport no próximo jogo!

quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

Terceiro 3x0. A vítima agora foi o São Paulo

Noite de 15 de agosto de 2012. O encontro de alvirrubros, desta vez, era para encarar o tricolor paulista.

- Eu não admito perder hoje. Já fiquei muito p.... com a derrota pro Fla.
- Hoje é tranquilo. São Paulo de Muricy sempre perde da gente nos Aflitos.
- Que Muricy o que, rapaz!? Muricy é do Santos!
- Mas passou muito tempo lá.
- Hahahaha. O jogo nem começou e parece que tu já bebesse todas.
- Olha os alvirrubros chegando aí: Ádley, Gustavo, Thomas, Roberto, Edmilson, Alexandre, André, Júnior, Cabral, Eduardo, Léo, Jerônimo, ...
- Hoje o bar está enchendo.

Naquela noite, o timbu queria a recuperação, pois vinha de dois jogos fora, sendo um empate contra o Inter e uma derrota para o Flamengo. Nada melhor que voltar a vencer diante da torcida. No Bar do Náutico, esta galera aí embaixo estava confiante.

A turma porreta que encheu o bar para torcer por mais uma vitória Timbu.

- Bora, Timbu. Para cima deles!
- Que jogada arretada! É agora!
- Faz!
- Agora!!!!
- Nããããããooooooo!
- Caramba! Como é que Araújo perde um gol feito desses, debaixo da barra.
- Rogério também fez um milagrezinho no primeiro chute, né?
- Sim! Mas a bola sobrou na pequena área. Era só dar um toquinho e ele foi tentar estufar a rede... jogou  a bola no Country Club.
- O problema foi que caiu no pé direito. É uma bola difícil mesmo de chutar.
- Paraê, velho. Era gol feito.

O gol perdido, logo no começo, mostrava que o Náutico havia começado com tudo e que a noite não seria boa para os sanpaulinos. Poucos minutos depois a vitória começou a se desenhar. Penalti!

- Foi com a mão! Foi com a mão!
- É penalti!!!

Após outra boa jogada, a bola sobrou para Kiesa que dominou e bateu rápido. Seria gol, mas Tolói evitou com o braço aberto.

- Bora, Kiesa! Vai meu filho!
- GOOOOOLLLL!
- GOOOOOOOOLLLLLLL!
- GGGGGOOOOOOLLLLLLL!

Era o primeiro da noite. Timbu saia na frente e, agora, se apenas se defendia, o adversário teria que sair para o jogo. O São Paulo realmente tentou. Casemiro entrou logo no primeiro tempo e fez o time começar a tocar mais a bola no campo de ataque. Mas, com a noite inspirada em que o Náutico estava, sair o jogo foi fatal.

- Toca a bola rápido, meu velho!
- Eita! Rhayner ganhou a dividida.
- Vai! Faz! Faz!
- Defend..... GOOOOOLLLLLLL!
- GOOOOLLLL! GGGGOOOOLLLLLL!
- GOOOOLLLL! GGGGOOOOLLLLLL!
- GOOOOLLLL! GGGGOOOOLLLLLL!
- Foi Araújo, P.....!
- Eneeeeeee! Aaaaaaaa....!

2x0 já no primeiro tempo. Avassalador. O time todo jogando bola.

- Tem que terminar o primeiro tempo assim, para dar tranquilidade e garantir a vitória.
- 45 minutos já.
- O praí! Que merda! Falta na meia-lua. Não pode tomar gol agora não!
- E lá vai Rogério Ceni!
- Caramba! Gol.
- Foi nããããoooo.
- Não?
- Foi por fora! Na rede pelo lado de fora.
- Acabou o primeiro tempo.

Depois do susto, a tranquilidade. 2x0 no intervalo era ótimo.

- Vira dois termina quatro!
- Vamos com calma que 2x0 é bom, mas é um placar traiçoeiro.
- Eu quero é golear.
- Então, bota cerveja aí que meu copo parece que está furado.
- Enche o copo do Timbuzinho também que o bichinho gosta de beber.

Timbuzinho "bebemorando" a vitória
Começou o segundo tempo e o panorama do jogo não mudou. Era o São Paulo tentando se encontrar e o Náutico matando a pau, logo na saída de bola.

- Olha Fernando chegando aí atrasado.
- Pô, Fernando, tu dá um azar arretado. Sem tu já tá 2x0!
- Peraê, pô! Estava fazendo prova.
- Jogou muito no primeiro tempo. Foi assim...
- Espera, daqui a pouco tu contas, olha esta falta.
- Uhhhhhhhhhhh! Quase Souza de falta!
- Espera este escanteio agora.
- Sem perigo... Eita... GGGGGOOOOLLLLLLLLL!!!
- GGGGGOOOOLLLLLLLLL!!!  GGGGGOOOOLLLLLLLLL!!!
- GGGGGGGGGOOOOOOOOOOOLLLLLLLLLLLLLLLLLL!!!
- Que gol foi esse meu, velho!
- Foi gol-contra de Rogério! Hahahahahahah!

3x0 já para começar o segundo o tempo. Aí foi só administrar e jogar no contra-ataque. Enquanto o São Paulo substituia jogadores e colocava atacantes em campo, o Náutico contra-atacava com mais perigo. Rogério Ceni, mesmo envergonhado pelo gol-contra, ainda se redimiu fazendo uma grande defesa na cabeçada de Araújo. E o jogo ficou nisso: 3x0. Por coincidência, a terceira vitória seguida do Náutico nos Aflitos por 3x0. E todas contra times paulistas (Ponte, Santos e São Paulo).

Foi uma grande vitória. Uma noite memorável. Seria difícil mandar a galera embora, como de fato foi. Enquanto houvesse cerveja, os timbus estariam lá comemorando. Merecido!